Por Jenifer Castilho
“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor.”
Essa é uma das frases mais famosas de Paulo Freire, as pessoas colocam em status do Facebook, no WhatsApp e até no Tinder. Mas o que ela realmente quer dizer? Quem é o oprimido? Quem é o opressor? A educação libertadora quer libertar quem, e de que?
Eu resolvi ler os livros de Paulo Freire para responder essas perguntas e a resenha de hoje é do livro Pedagogia da Autonomia.
Vamos lá:
PAULO FREIRE MARXISTA
Uma das características marcantes de Paulo Freire é que ele sempre foi bastante honesto no que ele pretendia com seus livros. Não é preciso desmascarar Paulo Freire porque ele deixa claro que seu objetivo é apenas formar cidadãos para a revolução socialista.
A HISTÓRIA
Paulo Freire foi nomeado o Patrono da Educação Brasileira em 2012. Em 1960, ele coordenava um projeto chamado Círculos de Cultura, que acabava com a ideia de sala de aula e turma de alunos. Seu objetivo era a alfabetização de jovens e adultos. O processo de ensino seria através de debates sobre o quotidiano dos alunos, sobre política, opressão, direitos sociais e etc. Ele chamava de educação problematizadora. Seu público era jovens e adultos analfabetos das fábricas para formar líderes para a revolução.
O MÉTODO
No método de Paulo Freire não existe “B com A faz BA”, nem transferência de conhecimento. Ele é contra a pedagogia tradicional a qual considera o professor o detentor do saber e o aluno, o ser sem luz do conhecimento. Essa educação ele chama de bancária, onde o professor deposita o conhecimento no aluno. Seu método consiste em não transferir conhecimento, mas instigar o aluno e apoia-lo para que ele seja capaz de aprender sozinho.
Ou seja, o professor não falará para o seu aluno que “B com A faz BA”, mas mostrará a letra B e a letra A e vai esperar que surja dentro do aluno uma luz que mostre que juntas fazem BA. Já percebeu que isso não dá certo, não é?
INCENTIVO À REBELDIA, A “JUSTA IRA”
Caso o professor não seja progressista e queira ensinar na maneira tradicional, Paulo Freire aconselha que os alunos se rebelem.
Toda postura rebelde é válida para a revolução.
Ou seja, um menor de idade, por exemplo, que tem uma postura rebelde (bandido, estuprador, traficante) é útil para a revolução e não é aconselhável repreendê-lo, é necessário transformar sua rebeldia em postura revolucionária.
Um exemplo perfeito é Márcia Friggi, professora que foi agredida e declarou em seu Facebook sua indignação com toda essa violência presente nas escolas, mas na mesma semana declarou em entrevista que o ato de uma aluna de jogar um ovo no Bolsonaro foi uma atitude revolucionária.
A única interpretação que podemos ter disso é que qualquer atitude de violência contra alguém que você não concorda, é ato revolucionário.
Paulo Freire como professor, também alerta os oprimidos a não votarem em candidatos reacionários.
NEUTRALIDADE DA EDUCAÇÃO NÃO EXISTE
Segundo Paulo Freire é impossível existir neutralidade na educação. O professor deve deixar claro para os alunos sua posição política.
PAULO FREIRE E AS VÍTIMAS DA SOCIEDADE
O pobre e favelado são sempre vítimas, então todas as suas atitudes são compreensíveis.
As ideias de Paulo Freire são basicamente essas. Ele deixa claro que sua posição politica é de esquerda e que seu livro é direcionado a professores progressistas que tenham o mesmo objetivo que o dele: formar cidadãos para a revolução socialista.
Ao longo do livro, Paulo Freire também alfineta várias vezes a ideologia neoliberal por não se curvar a utopia socialista.
O projeto de Paulo Freire foi interrompido com o regime militar e substituído na década de 70 pelo MOBRAL, Movimento Brasileiro de Alfabetização. O objetivo do MOBRAL era alfabetizar na forma tradicional de ensino. Sem ideologias.
Com a saída dos militares do poder, Paulo Freire voltou a ser citado nas universidades e foi declarado Patrono da Educação Brasileira e o resultado está aí para todo mundo ver, o Brasil sempre entre os piores em educação no mundo inteiro.