A Reuters enfrenta questões éticas depois de admitir que o repórter Joseph Menn sentou em cima de uma história desfavorável sobre o queridinho da mídia Beto O’Rourke até depois de sua crucial disputa no Senado contra Ted Cruz. A Reuters publicou seu relatório na sexta-feira sobre o “Culto da Vaca Morta”, um grupo famoso de hackers que inventou o termo “hacktivismo”, e revelou que o candidato democrata à presidência em 2020, Beto O’Rourke, era um membro.
O grupo é responsável por uma variedade de atividades obscuras, como roubar números de cartões de crédito para pagar por serviços de telefonia de longa distância, violar leis de direitos autorais e invadir computadores, segundo o relatório, que enfatizou que O’Rourke nunca se envolveu nesses tipos de atividade de hackers.
O relatório também revelou que um adolescente Beto, em conexão com o grupo, escreveu histórias de ficção bizarras sob o nome “Psicodélico Warlord” – incluindo uma história detalhando o assassinato de duas crianças. Nada disso veio à tona durante as eleições para o Senado, apesar de o jornalista já ter as informações disponíveis.
O senador republicano Ted Cruz, que derrotou O’Rourke, usou o Twitter para criticar o veículo de imprensa: “Então a Reuters tinha provas em 2017 de que Beto pode ter cometido múltiplos crimes – o que Beto confirmou – mas deliberadamente reteve a história por mais de um ano para ajudá-lo a vencer sua corrida ao Senado? Mas quando ele está concorrendo contra o Bernie, etc, agora é notícia?”
O’Rourke está sob “fogo amigo” pela base democrata, cada vez mais radical, pois não atende as exigências de vitimismo de minoria, o quesito mais relevante para a esquerda na atualidade. De família rica, Beto curtiu a juventude com sua banda de rock, o que aparentemente é um absurdo. Ele lançou sua candidatura com uma “gafe” também: sua esposa permaneceu ao seu lado no vídeo, calada, em apoio ao marido.
Feministas não toleram isso. Os mesmos que não cobram nada sobre o marido de Kamala Harris, consideram inaceitável uma esposa “submissa”. Mulher tem que ser a protagonista, ou nada feito. É o grau de radicalismo a que chegou o Partido Democrata, onde não há mais espaço para os mais moderados. Sanders, Ocasio-Cortez, Ilhan Omar: esses são os “rostos frescos” da política democrata, gente que destila extremismo, defendendo abertamente o socialismo ou o antissemitismo.
O comportamento seletivo da grande imprensa, alinhada desses mais radicais, em nada ajuda em sua credibilidade. É por essas e outras que a mídia vive sob ataque, e que o populismo de Trump, ao rotular toda imprensa de “Fake News”, acaba surtindo efeito e ecoando pela classe média. A ética jornalística em boa parte foi substituída pela torcida partidária e a ideologia. Essa conduta acaba sendo a melhor aliada do próprio Trump.
Rodrigo Constantino
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