Um documento classificado como sigiloso pela Secretaria de Segurança do Rio, que só poderia ser tornado público, no mínimo, em 2021, revela um número alarmante. Pela primeira vez, o governo do estado decidiu contar quantas áreas estão sob o domínio de bandos armados e chegou a 843 territórios, onde a Constituição Federal não vale nada e o medo impera. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, as dez regiões mais violentas do estado ocupam 23 quilômetros quadrados — maior que o município de Nilópolis, na Baixada Fluminense. Essa reportagem é a primeira da Editoria Guerra do Rio do jornal “Extra”, criada no momento em que a violência atinge patamares assustadores.
Chamadas de “territórios controlados ilegalmente” no relatório, as regiões não englobam somente favelas, mas também conjuntos habitacionais, imóveis específicos e até alguns trechos de bairros.
O mapeamento foi feito entre os anos de 2015 e 2016 por analistas do Instituto de Segurança Pública (ISP), com base em informações levantadas pela Polícia Militar, pela Subsecretaria de Inteligência e pelo Disque-Denúncia.
Trata-se de um número espantoso, de fato, mas sem grandes surpresas para os cariocas, que vivem nesse inferno. O poder paralelo criou fortalezas do crime há décadas, desde Brizola vem investindo nisso com relativa tranquilidade, sob a cumplicidade de ONGs “pacifistas” e “intelectuais” de esquerda, com a conivência de autoridades, com as fronteiras porosas que parecem queijos suíços por onde fuzis entram no país.
Não há saída fácil para isso, se é que há alguma. Quem promete alguma solução mágica é embusteiro. Certamente não basta só investir no “social”, mas tampouco será suficiente endurecer na vigilância. A presença policial parece enxugar gelo, até porque os policiais – e agora também os militares – ficam de mãos atadas, impedidos de reagir à altura, pois sabem da reação da imprensa e da justiça se os confrontos se transformarem em guerra, com várias baixas.
Mas como evitar uma guerra? Se os marginais, cada vez mais ousados, debocham da lei, ridicularizam as autoridades, não demonstram qualquer medo ou respeito pelos policiais, desafiando-os, como impor a ordem nesse contexto sem deixar a coisa sair de controle? Vejam essas cenas no Jacarezinho, por exemplo, que está há seis dias com tiroteios:
Os militares, acuados, precisam sair em debandada, sob gritos dos marginais. É a desmoralização da lei. Os policiais passam por isso no dia a dia. As Forças Armadas não. Treinam bastante no quartel, mas a realidade aqui fora é diferente. No Rio, é como ir para a Síria, o Iraque, o Sudão. Nem o Haiti é escola suficiente para essa situação.
Até mesmo o “caveirão”, símbolo do poder do Bope e odiado pelos esquerdistas defensores de marginais, foi incendiado na favela, uma imagem que ilustra bem como a guerra “velada” já saiu de controle e que não há como resolver o problema sem derramamento de sangue:
Tudo isso é muito triste. O Rio fracassou, e feio. É a capital nacional da esquerda caviar, terreno fértil para o PSOL, terra dos globais do Projaquistão. Foi totalmente dominado pelos bandidos, e agora ninguém vê como mudar o quadro. Muitos abandonam o estado, vão embora. Outros se sentem reféns, ameaçados constantemente. Os que podem compram carros blindados, os mais ricos usam helicópteros e seguranças armados, enquanto a esquerda prega o desarmamento dos cidadãos (mas permitir o armamento, medida necessária, tampouco é uma panaceia).
Enfim, é o caos! O completo caos! E fica muito difícil imaginar uma retomada dos territórios ocupados sem uma guerra. Ninguém gosta de guerra. Mas desafio os leitores a apresentarem uma alternativa viável. Para quem vive perto dessas favelas, o Rio já é uma guerra. Mas uma guerra assimétrica, em que bandido pode tudo, polícia não pode quase nada. Uma guerra nessas condições é derrota certa para o lado da polícia. Trazer os militares, como vemos, não muda essa realidade.
Diante desse cenário de destruição, não é muito difícil entender que o candidato que falar em segurança pública e meter o pau em marginais irá crescer nas pesquisas, conquistar apoio. As pessoas não querem pensar muito em planos de ação, em medidas efetivas, menos ainda em projetos econômicos. Querem alguém que vista a fantasia do Batman e prometa enfiar o cacete nesses bandidos. É o grito de desespero de um povo acuado, vítima frequente de assaltos e assassinatos. Ninguém aguenta mais!
Rodrigo Constantino
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