Romário é o garoto-propaganda de uma famosa marca de sandálias. No comercial, ele fica apenas com o pé direito, e manda o pé esquerdo para Diego Maradona, na Argentina. Monotemático como sou, já puxo logo o sentido para a política: o Brasil precisa começar com o pé direito mesmo, pois ninguém aguenta mais tanto esquerdismo. Já o camarada tem o que merece: não só seu país afunda cada vez mais na desgraça por conta das trapalhadas da esquerda local, como ele mesmo é um conhecido bajulador de ditaduras socialistas.
Mas fora das telas o baixinho fez o contrário: resolveu calçar o pé esquerdo e marcou um baita gol contra. Seu partido, o PSB, oficializou neste sábado o apoio à pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do estado pelo PT. O deputado federal Romário também foi confirmado como candidato ao Senado pela chapa. Trata-se, nas palavras de Sirkis, de uma verdadeira “suruba” política. O PSB é o partido de Eduardo Campos, que se diz oposição. Em São Paulo fechou com Geraldo Alckmin, do PSDB, o que faz mais sentido. No Rio, associou-se ao PT de Dilma!
O tema da corrupção tem sido destaque nos discursos de Romário, que se tornou um duro crítico dos gastos para a Copa. Posar ao lado de “Lindinho”, representante do PT local e ele mesmo envolvido em alguns escândalos de corrupção, é simplesmente algo muito incoerente. É um tiro no pé, uma decisão “pragmática” que pode custar muito caro ao ex-jorgador, no começo de sua carreira política. Seria análogo a ele escolher jogar pela Argentina em uma Copa do Mundo contra o Brasil, pois quem defende o PT hoje joga contra o país.
Arrisco dizer que, se o povo carioca tiver um pingo de juízo, tanto Lindbergh Farias como Romário vão perder, o que poderá simbolizar o fim precoce de sua vida política. O baixinho terá de pendurar as chuteiras mais cedo do que imaginava. Mandou muito mal, sacou, “peixe”?
Rodrigo Constantino