Há muita gente que reclama da monarquia britânica por seu “esbanjamento inútil”. Toda aquela pompa para nada?! Só por simbologia? É verdade que quem diz isso não captura tanto a importância desse simbolismo, da Coroa, de seu papel moderador e de defesa de valores eternos, dos interesses do estado e da nação, que nem sempre o governo popular saberá fazer. A esses recomendo a belíssima série “The Crown”.
Mas o fato é que se os gastos com ostentação das monarquias geram incômodo em muitos, eles deveriam parar para pensar nos gastos astronômicos das democracias populares! Presidentes ultra-poderosos hoje vivem como reis e nababos, com um incrível aparato e um conforto e luxo estonteantes. Parte dos elevados gastos se deve à preocupação com segurança, sem dúvida. Mas cabe perguntar: precisa de tanto assim?
Quanto Barack Hussein Obama, por exemplo, gastou só com viagens de férias em seus oito anos de governo? Obama, não custa lembrar, é um político democrata “progressista”, de esquerda portanto, que bate bastante na questão das desigualdades. Foi um presidente “popular” nesse sentido, com discursos contra as elites poderosas, falando em nome do povo. Quanto Obama torrou do povo, então, para relaxar e se divertir?
As estimativas apontavam para $85 milhões dos pagadores de impostos gastos em viagens de férias durante seus dois mandatos. Sua viagem mais famosa, para o Natal no Havaí, custava em torno de $3,5 milhões, segundo o reportado. Isso inclui o uso do Air Force One, além de outros aviões e helicópteros, carros blindados, equipe médica, serviço secreto, fora outros membros da equipe do presidente.
De acordo com a Judicial Watch, entidade fiscalizadora do governo, o total conhecido dos custos de viagem de Obama, na verdade, passa dos $100 milhões. A organização fez o cálculo com informações obtidas com base na Freedom of Information Act, que obriga maior transparência por parte do governo. Só para visitar uma vinícola em agosto de 2016 os pagadores de impostos tiveram que desembolsar quase $3 milhões.
E não pensem que com Trump será muito diferente. O magnata republicano já gastou $4 milhões com viagens até agora. Se considerarmos seu vice-presidente Mike Pence, o total chega a $7,5 milhões. Manter a estrutura dos presidentes “populares” custa cada vez mais caro.
Mas a esquerda ataca as desigualdades sempre de olho nos empreendedores ricos, que construíram sua fortuna de forma legítima no mercado, gerando valor para seus consumidores, nunca apontando para os privilégios dos governantes e políticos em geral. Em nome do combate às desigualdades, essas desigualdades podem ser toleradas e até aplaudidas. Os nababos precisam descansar enquanto lutam tanto para distribuir a riqueza alheia, não é mesmo?
Rodrigo Constantino
Emendas no marco das eólicas em alto-mar criam “13.ª conta de luz” para o brasileiro pagar
Aborto até 9 meses quase passa no Conanda, que pode retomar tema dia 11
Por que a PEC dos Militares divide governo Lula e base no Congresso
Lula avalia contemplar evangélicos em reforma ministerial em busca de apoio para 2026
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS