Por Paulo Bressane, em O Tempo
Uma pesquisa da revista “Mercado Comum” revelou que 55,6% dos mineiros são contra a privatização de empresas públicas. A recusa se mostrou maior entre os mais jovens e as classes sociais B e C. Isso é preocupante num país que ficou em 101º lugar num ranking que mede o grau de liberdade econômica em 141 países. Os brasileiros ainda não atinam para o fato de que as nações desenvolvidas, livres das amarras impostas pelo Estado e com elevados níveis de liberdade econômica, são as que mais conseguiram riqueza e bem-estar social. Talvez seja devido ao “canto da sereia” entoado pelas mordomias “ad aeternum” promovidas pelo Estado, talvez devido a um ideologismo patético ainda reinante ou simplesmente por pura desinforma- ção, mas precisamos despertar para o fato de que nossas desigualdades sociais só serão extirpadas quando conquistarmos maiores liberdades econômicas.
O BRASIL PRECISA ser mais realista, no sentido de se libertar do Estado perdulário e corporativista. De se libertar das utopias socialistas, fantasiosas e infrutíferas, aprendendo a valorizar iniciativas práticas e capazes de nos levar a um ciclo virtuoso de crescimento sustentável, com enormes ganhos sociais. Vejamos o exemplo da Tchecoslováquia, que foi dividida em 1993. Na República Tcheca adotaram uma economia planejada para o capitalismo. Aboliram o marxismo, privatizaram estatais, realizaram reformas econômicas e entraram para a União Europeia, galgando assim um padrão de vida semelhante ao das grandes nações ocidentais. Já na Eslováquia, as eleições foram vencidas pela esquerda e liderada por um ex-comunista que se opunha às reformas econômicas. O país quase foi à falência, até que o governo caiu e o país se recuperou com a economia de mercado.
É DEMOCRÁTICO, portanto necessário, mas me embrulha o estômago ficar lendo colunas de pseudo intelectuais, que com seu apre- ço às ideologias insustentáveis, pregam de forma vazia que o Brasil está sofrendo um golpe político, que os coxinhas odeiam os pobres, que somos capachos do “grande capital” e dominados pela “grande imprensa”. Me embrulha o estômago ver membros da intelligentzia de esquerda falando em democracia e admirando o estatismo ditatorial de Fidel Castro, falando em progresso e defendendo um assistencialismo exacerbado que não se sustenta a longo prazo. Chega de dar voz ao arcaísmo burocrático, perdulário e ineficiente que nos é imposto por um estado que engessa o crescimento econômico social. Estamos cansados de falsas cantilenas políticas, o Brasil precisa aprender com os bons exemplos.
- Na última segunda, foi gratificante participar de um debate de ideias tendo à frente o fundador e presidente do Partido Novo, João Amoedo. Foi bom ouvir que precisamos rever o papel do Estado, reduzindo sua atuação e a carga tributária. Foi bom ouvir sobre a importância do livre mercado, sobre a necessidade de resgatar o pensamento de longo prazo na administração pública, onde as oportunidades e os desafios do país possam ser avaliados de forma independente das próximas eleições, sobre responsabilidades individuais, sobre a igualdade de todos perante as leis, sobre um país mais justo e prospero, enfim.
- Pela primeira vez na vida vi surgir algo NOVO na política deste país repetitivo, não apenas mais um partido, nas um conceito de gestão política que se diferencia de todos os outros. Também se pronunciando na abertura do encontro, Salim Mattar nos lembrou com propriedade que “a política é importante demais para ficar apenas nas mãos de políticos”.
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