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Sanders sai em defesa de Dilma: a prova de como a esquerda americana se radicalizou

O senador americano Bernie Sanders emitiu uma nota nesta segunda-feira (08/08) em que condena o “esforço para remover” Dilma Rousseff da Presidência e pede que os Estados Unidos tomem uma atitude definitiva.

“Estou profundamente preocupado com o atual esforço para remover a presidente democraticamente eleita do Brasil. Para muitos brasileiros e observadores, o controverso processo de impeachment mais parece um golpe de Estado”, afirma Sanders.

“Depois de suspender a primeira presidente mulher do Brasil por motivos duvidosos […], o novo governo interino aboliu o Ministério da Mulher, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos”, criticou. “Eles imediatamente substituíram um governo diverso e representativo por um gabinete composto inteiramente por homens brancos.”

O senador ainda apontou que a nova administração rapidamente anunciou planos para impor austeridade, aumentar as privatizações e instalar uma agenda social de direita.

Por fim, Sanders afirma que o esforço para remover Dilma não é um julgamento legal, mas sim político. “Os Estados Unidos não podem sentar em silêncio enquanto instituições democráticas de um de nossos aliados mais importantes estão enfraquecidas”, afirma. “Precisamos nos levantar pelas famílias trabalhadoras do Brasil e exigir que esta disputa seja resolvida com eleições democráticas”, conclui.

Alguém ficou surpreso? Não deveria. Faz algum tempo em que tento avisar aos meus leitores como a esquerda americana se radicalizou, apesar de boa parte disso ter sido feita numa “revolução silenciosa”. O que aumenta o perigo, pois muitos sequer a percebem.

Sanders passou sua lua de mel na antiga União Soviética. É comunista mesmo, da velha guarda. Mas se você usar o termo comunista hoje em dia, alguns já acham que você parou no tempo. Não! Quem parou no tempo foram os comunistas, que ainda não aceitaram a queda do Muro de Berlim!

O senador socialista promete tudo grátis, é um igualitário no péssimo sentido da palavra, aquele que deseja resultados iguais, não importa o mérito. Sanders nunca atacou o regime venezuelano: precisa dizer mais alguma coisa? Mas há quem pense que ele é um social-democrata.

O seu Partido Democrata migrou muito para a esquerda, a ponto de um senador que deu um baita calor em Hillary Clinton nas primárias aderir ao discurso patético de “golpe” no Brasil, para defender… o PT! Vejam o nível em que a coisa chegou! E parem, de uma vez por todas, de repetir que a esquerda americana é muito diferente da nossa, bem mais moderada, pró-mercado etc. Não é! Não mais!

JFK seria tido hoje como um ultra-conservador em seu próprio partido. Era defensor de menos impostos e anticomunista até a medula. Já Hillary, a “moderada”, inspirou-se em seu guru Saul Alinsky, o radical comunista. Sanders conseguiu levá-la ainda mais para a esquerda. Como disse, representa um “movimento”, e quer nada menos do que uma “revolução”. Não muito diferente de Obama, que queria mudar “fundamentalmente” a América.

O fato de que Sanders, o defensor de Dilma, teve quase 80% de apoio entre os jovens democratas é mesmo assustador. São socialistas! Tanto que pesquisas mostram que metade dos americanos são hoje simpáticos ao socialismo. Claro: nunca viveram nele. Apreciam a ideia utópica. Acreditam nas promessas demagógicas de “tudo grátis”, ou “pago pelos ricos”. Será que vão ter de ver o diabo de perto para entender a realidade?

Espera-se que não. Há uma cultura liberal mais enraizada no país dos “pais fundadores”, e forte reação por parte dos conservadores. A Fox News faz seu bom trabalho praticamente sozinha na TV, enquanto CNBC, CNN e MSNBC tentam vender esquerdismo aos telespectadores. Mas a guerra não terminou. E a direita não pode relaxar.

A maior prova do sucesso da estratégia esquerdista é tanta gente não ter percebido sua guinada ao radicalismo, a ponto de considerar Hillary Clinton uma moderada. E ainda são capazes de acusar o lado de cá de “paranoicos da Fox News”, como já vi supostos liberais fazendo por aí. Eles pensam que Trump é a maior ameaça ao mundo, não a esquerda americana que só avança rumo ao radicalismo. Essa cegueira ainda vai custar muito caro…

Rodrigo Constantino

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