Antes, essa notícia lamentável:
Em maio de 2015, o mercado editorial brasileiro vivia o auge dos livros de colorir. Naquele período, 17 de cada 100 livros vendidos em livrarias e supermercados brasileiros eram desse tipo. Um ano depois, não apareceu nenhum outro fenômeno de vendas que se iguale. Com isso, os comparativos ano a ano são estarrecedores. De acordo com o Painel das Vendas de Livros no Brasil, divulgado pela Nielsen e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) nessa segunda-feira (13), em faturamento, o varejo de livros teve queda de 23,03% no quinto período de análise do ano, que vai de vai de 20/04 a 17/05, caindo de R$ 125 milhões para R$ 96 milhões. Considerando o IPCA acumulado nos últimos 12 meses, de 9,32%, a queda real foi de 29,6%. Em volume, a queda ainda é mais visível. No período, foram vendidos 3.712.407 exemplares, versus 2.540.807, no mesmo período de 2016. Diferença de mais de 1,1 milhão de livros, ou 31,56% a menos.
Mas não foi só a ausência de um fenômeno que substituísse as vendas dos livros de colorir. A pedido do SNEL, a Nielsen fez uma simulação, excluindo os livros de colorir das contas e ainda assim, o resultado não é favorável, apresentando retração de quase 17% no volume de exemplares vendidos.
No acumulado do ano, outro alerta. O faturamento segue sofrendo uma variação negativa nominal de 6,45%. Considerando a inflação no período, a queda real foi de 14,43%, nas 20 primeiras semanas de 2016 em comparação ao mesmo período de 2015. Em volume, a queda acumulada é de 15,91%.
Ou seja, a crise está grave para todo mundo, especialmente para quem vive da venda de livros. Brasileiro não gosta de ler! E quando resolve comprar um livro, vai lá e escolhe um… de colorir! Seria cômico, não fosse trágico. Um povo que não investe em seu próprio desenvolvimento intelectual e cultural está fadado ao fracasso, a ser refém de oportunistas de plantão, a só dar pitacos infundados, opiniões sobre tudo, reflexões aprofundadas sobre nada.
Mas como eu e a editora Record apostamos num outro Brasil, aquele que aprecia a boa leitura, que não adere a um ufanismo boboca e sabe que nossa cultura precisa mudar, e muito, o mesmo que foi às ruas pedir o impeachment de Dilma, que não se deixa seduzir pelas promessas populistas, então vamos continuar oferecendo aos leitores decentes material de qualidade, confiando na seletividade de quem pensa.
É por isso que, mesmo em meio a essa depressão e com corte no orçamento de marketing da editora, estarei presente em ao menos quatro capitais para lançar meu novo livro em julho, bancando a passagem do meu próprio bolso. Meu leitor merece. E lamento não poder ir a todas as capitais, ou todas as cidades. Seria inviável. Mas faremos o que for possível, e eis o que temos até agora:
21/07, quinta-feira, Livraria da Travessa no Leblon
25/07, segunda-feira, Cultura Conjunto Nacional em São Paulo
26/07, terça-feira, Leitura Pátio Savassi em BH
27/07, quarta-feira, Cultura Bourbon em POA
Todos os lançamentos às 19h. Os convites serão divulgados mais à frente. Mas já podem separar as datas na agenda. Afinal, o brasileiro pode até ser otário, mas você certamente não o é!
Rodrigo Constantino
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião