O ditador norte-coreano Kim Jong-un disse a diplomatas da Coreia do Sul que está disposto a iniciar um diálogo com os Estados Unidos sobre o fim de seu programa nuclear e que aceita suspender os testes de mísseis durante as negociações.
A informação foi divulgada nesta terça-feira (6) por Chung Eui-yong, chefe da delegação sul-coreana que se encontrou na segunda (5) com Kim em Pyongyang.
Segundo ele, o governo norte-coreano teria dito que não há necessidade de manter seu programa nuclear caso receba garantias internacionais de que o país não sofrerá um ataque militar e que o atual regime será respeitado.
“A Coreia do Norte afirmou claramente que está disposta a se desnuclearizar” disse o sul-coreano em nota. [O regime norte-coreano] Deixou claro que não tem razão para manter armas nucleares se a ameaça militar ao Norte foi eliminada e forem dadas garantias de segurança”.
Caso a declaração seja confirmada por Pyongyang, será a primeira vez desde que Kim, no poder desde 2011, sinaliza a possibilidade de abrir mão de seu programa nuclear.
Ainda é cedo para festejar, e todo cuidado é pouco quando se trata de ditadores comunistas, ainda mais de um blefador como esse aí. Mas se for confirmado que o maluco atômico “afinou”, que o tigre se tornou um gatinho mais dócil, disposto a “conversar” e seguir pelo caminho da “diplomacia” para sobreviver no poder, isso será mérito quase integral de uma só pessoa.
Donald Trump, CEO e estrategista por experiência, endureceu o discurso contra Kim Jong-Un, não cedeu às pressões externas, colocou a China contra a parede em relação ao seu “filho” bastardo problemático. Chamou o PCC à responsabilidade, não se intimidou com as ameaças coreanas. Ao contrário: rebateu com mais intensidade.
Os de sempre, os “intelectuais” de esquerda, os “formadores de opinião” da mídia mainstream e os “especialistas” em geral entraram em pânico, cantaram a Terceira Guerra Mundial, dessa vez nuclear, chamaram Trump de louco, irresponsável, maior risco à paz mundial. De repente não era mais o ditador comunista o grande risco, e sim o próprio Trump.
Nós, liberais realistas e conservadores, tentamos explicar o óbvio: “bullies” só reagem sob pressão, nunca podemos aceitar ser reféns de terroristas, os inimigos da liberdade ficam mais ousados quando o xerife do mundo fala manso. Lembramos de Reagan, igualmente tratado como cowboy beligerante e imbecil perigoso pela mesma turma, mas responsável pela queda do Muro de Berlim, que os vermelhos tentaram creditar a Gorbachev, o líder soviético que queria salvar o comunismo!
Normalmente é assim: você pode alcançar muitas coisas na vida, desde que não ligue muito para quem ficarão os créditos. Há os que fazem, e há os que falam. Infelizmente, a esquerda só quer saber de retórica, e como a esquerda controla as universidades, a imprensa e as entidades que dão prêmios, a narrativa sobrevivente é a falsa, que dá mais peso aos discursos do que aos resultados das ações.
Por isso, aliás, Trump não deve ganhar um prêmio Nobel da Paz mesmo se a Coreia do Norte realmente recuar. O Nobel da Paz é um prêmio dominado pelo politicamente correto, pela retórica, tanto que Obama o venceu antes mesmo de governar, e até terrorista como Yasser Arafat já levou. Já expliquei melhor aqui um pouco da história do prêmio e de como ele virou consolo de quem só foca nas palavras bonitinhas.
O Nobel começou com a elite culpada tentando ficar melhor na foto, e seguiu ladeira abaixo, premiando gente como Jimmy Carter, um dos piores presidentes americanos e responsável direto pela ascensão dos aiatolás malucos no Irã, Kofi Annan, que foi secretário-geral da ONU quando esta se viu metida até o pescoço em escândalos de corrupção, Gorbachev, o líder soviético que queria fazer concessões supostamente “democráticas” para salvar seu regime opressor, Al Gore, o maior mentiroso do planeta quando o assunto é o “aquecimento” do planeta, Yasser Arafat, líder da terrorista OLP, e finalmente Obama, que disputa com Carter o posto de pior presidente, e que fez a América se aproximar apenas de Cuba e do Irã durante sua gestão medíocre.
Com uma lista dessas de premiados, quem decente gostaria de receber tal prêmio? Trump, portanto, não deveria ter essa ambição, e certamente não parece ter. Está mais preocupado em realmente transformar o mundo num lugar mais seguro. Para quem os resultados valem mais do que a imagem, sua postura determinada contra a Coreia, colocando pressão na China, foi uma jogada arriscada, mas necessária. Era insustentável manter a política frouxa com o maluco atômico.
E, pelo visto, Trump pode estar colhendo os frutos de sua estratégica agora. O mundo pode respirar mais aliviado se o ditador comunista aceitar mesmo um recuo no programa nuclear. A “iminente” guerra se torna um risco mais distante. O mérito é de Trump, basicamente só de Trump, o cabra macho que enfrentou o “bullie” que metia medo em todos. Mas mesmo se a tática funcionar, não esperem um Nobel para Trump. Como tentei mostrar, mérito não é exatamente um critério relevante para essa premiação…
PS: Trump, que de bobo não tem nada, está cautelosamente otimista, mas atento ao histórico de blefes do ditador. Ele postou em seu Twitter hoje:
Kim quer mais dinheiro, pois as sanções impostas por Trump estão asfixiando a economia já em frangalhos do país. O cara sempre foi blefador. Mas Trump sabe da posição de força que tem nas mãos. Só vai dar dinheiro SE realmente houver recuo no programa nuclear. Ao contrário de Obama, Trump não acredita na “palavra” de ditador comunista…
Rodrigo Constantino