A mídia mainstream sempre teve um viés “progressista”, até porque a maioria dos jornalistas é de esquerda. Mas foi com a chegada de Trump ao poder que a coisa saiu totalmente de controle. No afã de impedir essa “ameaça fascista”, como essa turma enxerga a vitória do magnata republicano, a imprensa virou mais do que torcedora: virou uma máquina de “Fake News” e distorções, desde que sirva a essa “nobre causa” de detonar o presidente.
Qualquer mísero sinal de cheiro de sangue é suficiente para que os tubarões avancem como se estivessem diante de um baita furo jornalístico, de uma verdade incontestável, desde que coloque Trump em maus lençóis. Essa mentalidade já produziu todo tipo de bizarrice, desde “especialista” analisando os traços autoritários da primeira-dama com base em sua escrita, até conclusões muito precipitadas sobre conluio russo ou ator negro gay agredido por apoiadores do presidente.
A mais nova tosquice desse pessoal foi tentar levar a sério uma acusação de “estupro” que teria ocorrido nos anos 1990, numa loja chique de departamento. Jean Carroll, a acusadora, já acusou alguns outros famosos pelo mesmo crime, o que seria suficiente para acender todos os alertas e coloca-la no rol dos mitomaníacos. Mas é tentador demais para a mídia uma acusação dessas, ainda que estapafúrdia.
E por isso a CNN convidou Carroll para uma entrevista com Anderson Cooper. Mas claro que não poderia sair coisa boa dali. No meio da conversa, após Carroll alegar que sua “experiência” com Trump não foi “sexual” e do tipo que o homem joga a mulher no chão, ela soltou uma pérola: o estupro é “sexy” para a maioria das pessoas. Cooper, visivelmente contrariado, disse que a maioria considera o estupro uma violência. Restou ao entrevistador chamar os comerciais.
O olhar vidrado da moça diz tudo, e ela, antes do break, ainda disse que Cooper era alguém fascinante de se conversar. O riso do apresentador foi espontâneo e incontrolável. Ele sabia estar diante de uma doida varrida:
Em 1995, numa entrevista para Charlie Rose, Carroll explicou como as mulheres adoram a ideia de serem carregadas por um homem com um tacape para uma caverna:
Tudo isso é muito triste, claro, pois essa mulher precisa de tratamento psiquiátrico, não de exposição na mídia. Mas a mídia não consegue resistir, pois é obcecada por Trump. E por isso a CNN fez um circo em torno dela, que foi desarmado ao vivo, no ar, para o constrangimento do âncora. A reação do público é imediata: vai ao delírio quando Trump ataca essa imprensa, pois sabe ser uma imprensa com jornalismo cada vez mais fajuto. A CNN é a melhor amiga de Trump!
Rodrigo Constantino
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