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Separando heróis e vilões no ataque do Texas: conheça o encanador que impediu mais mortes
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Eu já tinha comentado aqui sobre o triste caso do maluco ateu que abriu fogo numa igreja no Texas, matando 26 pessoas e deixando várias outras feridas. Ainda havia pouca informação sobre o ocorrido. Agora, à medida que conhecemos melhor os detalhes do caso, fica claro que a imprensa “fake news”, que tem como pauta prioritária o desarmamento, vai ignorar o essencial para focar no que deseja, sem levar em conta que o governo errou de alguma forma ao conceder uma arma ao atirador, enquanto que cidadãos decentes armados conseguiram impedir uma tragédia ainda maior.

Paulo Figueiredo explicou em mais detalhes o que se passou:

1. O atirador, Devin Kelley, vocês devem ter visto, agrediu a mulher e filha em 2012, passou um ano na prisão e recebeu uma baixa por má conduta da Força Área.

2. Desde 1997 qualquer pessoa condenada por violência doméstica é impedida de adquirir legalmente qualquer arma nos EUA – no que se chama por aqui “Emenda Lautenberg”.

3. Em geral, baixas desonrosas também são impeditivos para se comprar uma arma nos EUA. Mas existe uma diferença entre baixas desonrosas e baixas por má condutas, sendo a primeira, mais séria que a segunda.

4. Apesar disto, Kelley conseguiu passar pela checagem de antecedentes (“background check”) que todos devem passar antes de comprar suas armas. Não deveria, já que uma ou ambas das condições acima o desqualificariam. Ao que parece, ele mentiu no formulário. Criminosos, como se sabe, não tem problemas em mentir.

5. Alguém nitidamente fez cagada. Não havia nada no banco de dados do Sistema Nacional de Crimes ou no sistema de crimes do Texas que o impedisse de comprar a arma. Este é o problema em confiar no governo para o controle de armas: governos geralmente são péssimos em tudo o que fazem.

6. O Texas é um estado que exige autorização para porte de armas velado. O atirador, curiosamente, aplicou para um e teve seu pedido negado. Mas é claro, portou mesmo assim – além do rifle, ao menos duas pistolas. Criminosos, como se sabe, não são bons em respeitar as leis (por definição).

7. Alguns jornais estão tentando pintar Devin Kelley como um ex-professor de bíblia e um extremista religioso. Isso é FAKE NEWS!!! Múltiplos reportes dão conta de que Devin era um conhecido militante ateu nas redes sociais que odiava religião e dizia que “pessoas que acreditam em Deus são estúpidas”. Ateus e muçulmanos seguem firmes na disputa de quem mata mais no mundo.

8. Devin Kelley deveria ter sido internado há tempos, se o ocidente não tivesse desistido de discutir suas políticas manicomiais. Toda vez que um maluco atira em alguém, a esquerda desvia a atenção para o debate do controle das armas, em vez de se focar no debate do controle… de malucos! Repare bem: nos noticiários, a culpa é sempre do objeto e nunca do agente.

9. No fim das contas, quem parou a ameaça foi um cidadão de bem armado (“good guy with a gun”). Não a polícia, não o Batman.

10. Stephen Willeford, um encanador cristão de 55 anos, casado há 30 anos, que morava ao lado da Igreja, foi acordado de uma soneca pelos tiros. O que ele fez? Pegou o seu rifle (YES!!! This is Texas!!!!), desceu DESCALÇO, se escondeu atrás de um carro e largou o berro no maníaco, que se feriu gravemente (fuzis sempre ferem gravemente). Isso fez Devin Kelley parar de matar todo mundo e fugir.

11. A história fica ainda mais incrível. Willeford parou a caminhonete de um passante, Johnnie Langendorff, e disse: “Eu preciso de ajuda! Esse cara estava atirando nas pessoas na igreja! Siga ele!”. Os dois então iniciaram uma perseguição ao atirador a 150km/h, que, muito ferido, finalmente perdeu o controle do carro, bateu e (aparentemente) se suicidou.

12. Criminosos mentindo e burlando as leis para ter acessos às armas, controles governamentais falhando, malucos à solta e bons samaritanos armados salvando vidas: nunca a narrativa da direita provou-se tão evidentemente correta.

Willeford e Langendorff são heróis e não há como estimar quantas vidas salvaram. Esse é o Texas. Essa é a América.

Em uma entrevista, Willeford contou emocionado que Deus o ajudou a impedir uma desgraça maior. Willeford era instrutor da NRA, a poderosa ONG que defende a Segunda Emenda. Ele disse não se considerar um herói, e agradece a Deus por tê-lo protegido e lhe dado as habilidades necessárias para fazer o que tinha que ser feito. Vejam:

É preciso tomar muito cuidado nessa narrativa de esquerda que deposita em armas a responsabilidade que pertence aos indivíduos. Se um maluco resolve matar inocentes, ele vai conseguir uma arma com quase certeza, ainda que na ilegalidade. Ainda bem que há os cidadãos decentes também armados, para poder reagir a esses malucos, não é mesmo?

PS: Por conta desse post inofensivo, instrutivo e factual, Paulo Figueiredo foi bloqueado temporariamente do Facebook. Não se sabe o motivo. A menos, claro, que o nome certo seja Foicebook…

Rodrigo Constantino

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