O “The Interpret”, como Alexandre Borges chama ironicamente o site ultraesquerdista de Glenn Greenwald, anunciou um tiro de bazuca e deu um tiro de festim. A montanha pariu um rato. Ou por outra: pariu um monte de ratos. Todos petistas, naturalmente.
A festa dos ratos teve seu apogeu ontem na audiência com o ministro Sergio Moro na CCJ da Câmara, duas semanas após audiência similar no Senado. Mas se a qualidade do nosso Senado é ruim, o que dizer da “casa popular”?
Todos merecem representação na política democrática, inclusive os canalhas. E eles estavam muito bem representados lá. Defensores de ditadores sanguinários, de traficantes, de terroristas, de marginais, de corruptos, a bancada vermelha tratou Moro como se ele fosse o verdadeiro bandido ali.
Faz parte da democracia aturar esse tipo de coisa. Ao convidar Moro para o ministério, Bolsonaro sabia que estaria politizando a Lava Jato, e Moro, ao aceitar, idem. Não há razão para não crer em sua sinceridade: o ex-juiz foi para o sacrifício pessoal em prol de uma missão de vida, que é combater a corrupção. E nessa caminhada precisa aguentar cúmplices dos corruptos que mandou em cana fazendo ataques abjetos à sua integridade.
Não deve ser fácil. Exige estômago. Mas Moro tem. Manteve a calma, está se sentindo mais político a cada dia, e lançou mão inclusive de ironias. Quando Gleisi Hoffmann tentou empareda-lo, questionando sobre eventuais contas no exterior, Moro simplesmente lembrou quem ali era réu por corrupção. Dica: é do gênero feminino, atende pelo apelido de “narizinho” e idolatra o tirano Maduro.
Em outro momento, Moro disse que era preciso, seguindo a lógica da turma, soltar todos os presos pela Lava Jato: Sergio Cabral, Marcelo Odebrecht, Eduardo Cunha e tantos outros, todos uns injustiçados perseguidos pelo juiz parcial. Silêncio na casinha. Uivos de revolta em seguida. Ippon. Próxima pergunta?
Enquanto a extrema esquerda montava seu circo, Palocci confessava na sessão secreta da CPI do BNDES que as gestões do PT distribuíram para as empresas amigas nada menos que R$ 500 bilhões. O ex-ministro de Lula disse ainda que o ex-presidente era o grande articulador do esquema de corrupção no banco.
Mas eis que os comparsas de Lula querem convencer o país de que Moro é o vilão aqui, o verdadeiro corrupto. Seria quase cômico, se não fosse tão trágico lembrar que essa gente foi eleita! É por isso que não dá para endeusar ou glorificar o “povo brasileiro”. Os eleitores desses vagabundos são parte do povo.
E nem dá para vibrar muito com os representantes do outro lado: salvo raras exceções, o nível é péssimo também! Basta olhar para nosso Parlamento para ter calafrios com a democracia direta populista. Mas, como dizia Churchill, se cinco minutos de conversa com um eleitor médio é o melhor argumento contra a democracia, ela é o pior regime que existe, exceto todos os outros já testados.
Aos trancos e barrancos, com muito circo e show de horrores, vamos avançando. O ministro da Justiça é ninguém menos do que Sergio Moro, herói nacional com legitimidade, ocupando uma pasta que já contou com figuras como Marcio Thomas Bastos, Cardozo, Tarso Genro!!!
A renovação da Câmara, por outro lado, não segue o mesmo tipo de salto de qualidade. Ali o progresso é lento e gradual, mas seguimos em frente…
Rodrigo Constantino
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