Estava evitando entrar no assunto da semana, pois confesso que fiquei enojado com o excessivo uso político do drama da menina de 16 vítima de um estupro coletivo. Publiquei alguns artigos de terceiros, mas esperei para escrever eu mesmo alguma coisa. No último texto, falei do denominador comum que une a “marcha dos oprimidos”: o ataque ao homem ocidental. Neste, vou chamar a atenção para algumas das hipocrisias dessa turma.
Em primeiro lugar, deixemos claro: a garota é a vítima. Sim, o contexto precisa ser levado em conta, como todo tribunal sabe. Há atenuantes e agravantes para um crime. Mas o crime ocorreu e ela foi a vítima. Quem relativiza o caso faz o jogo da própria esquerda, e eis a primeira hipocrisia que aponto. Se alguém tem um Rolex roubado em São Paulo, lá vem a esquerda “sakamotear” e dizer que o culpado é a vítima, por ter um bem tão valioso em país tão desigual.
Em última instância, o responsável pelos atos será sempre o indivíduo que os pratica. Somos seres com volição, e entre o estímulo e a resposta, temos a liberdade de escolha. Ainda que tal liberdade possa sofrer inúmeras influências. Se não aceitarmos a premissa do livre-arbítrio, cairemos num determinismo que exime os criminosos de culpa. A esquerda adora isso. Quando lhe interessa.
Dito isso, é claro que o ser humano age num determinado contexto. Ou seja, o meio importa. E é aqui que queria chegar. As feministas logo puxaram da cartola uma tal “cultura do estupro”, como se o ato cruel e bárbaro fosse responsabilidade do “machismo” supostamente existente na sociedade. Ora, não sabem que na era “machista” havia o código dos cavalheiros, e que ele representa o oposto do macho que abusa de uma mulher?
Na resenha que escrevi de um pequeno livro sobre as Cruzadas, fica claro que o galanteio romântico, o endeusamento e o profundo respeito às mulheres, a reverência até para com elas, tudo isso foi a marca registrada da era medieval, tida como ícone do machismo pelas feministas. O homem conservador, tradicional, é aquele que demonstrará enorme respeito e senso de proteção da mulher, algo que feministas adoram desdenhar (talvez pela falta de quem as trate assim). Mas o que isso teria a ver com “cultura do estupro”?
Logo, se vamos mesmo falar da “cultura” para isentar parcialmente de responsabilidade os indivíduos agentes do crime, é melhor falar da cultura do hedonismo, da sexualização cada vez mais precoce, da banalidade do sexo e do aborto, do incentivo às drogas, da degradação da família e da religião. São pautas, naturalmente, “progressistas”, não conservadoras. O ambiente das favelas, dominadas pelo funk com suas letras de baixo calão, em nada podem ajudar. E quem diz não sou eu, mas Cora Rónai, em sua coluna de hoje:
Esses trinta criminosos — ou dez, ou vinte, ou quantos forem — não saíram do nada. Eles são o resultado de décadas de descaso, e de uma profunda falta de educação, transmitida de geração em geração, mães de 13 anos após mães de 13 anos, trevas após trevas, diante da indiferença mais absoluta da sociedade e do estado.
Não estou falando da educação como tem sido entendida pelos nossos sucessivos governos, em todas as esferas, mais preocupados em mostrar números do que resultados. De nada adiantam escolas que formam analfabetos funcionais despreparados para o mercado e para a vida. Estou falando de uma educação real, ampla, profunda, que transforme o Brasil num país mais justo e mais competitivo.
[…]
Na sequência das discussões sobre a cultura do estupro vieram as discussões sobre a cultura do funk. Entendo quem acredita que o funk é uma manifestação popular rica e cheia de vitalidade, mas não entendo quem faz questão de ignorar o viés violento e machista de tantas músicas.
Ou a gente condena a cultura do estupro, ou aceita esses funks. Não dá para fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Relevar as letras porque os autores e as comunidades em que vivem são pobres e vivem uma guerra permanente é aceitar, então, que a cultura local é, sim, uma cultura do estupro hipertrofiada.
Como é, aliás, toda cultura de guerra.
Ou seja, 13 anos de petismo no governo, e mais não sei quantas décadas de esquerdismo na cultura e na “educação”, cujo patrono é o comunista Paulo Freire, e a culpa é do Bolsonaro, que quer castrar estuprador? Décadas de “intelectuais” enaltecendo as favelas, Caetano elogiando o funk, Regina Casé glamourizando as “comunidades”, e a responsabilidade é dos conservadores? As novelas mostram como cool os bailes funks e como reacionário preconceituoso o pai que não acha legal a moça rebolar até o chão, mas isso não vem ao caso?
A solução é jogar mais recursos públicos nesse modelo de “educação”? O caminho é o “Kit Gay” do Haddad e o ensino de “educação sexual” para crianças? Fomentar ainda mais o sexo em idades cada vez menores é o ideal nesse cenário? Atacar o pastor ou o padre, que podem representar um freio moral importante nas favelas, é essa a tática?
Atenção! Eu disse acima, mas não custa repetir: os culpados são os criminosos, os indivíduos que cometeram o ato bárbaro. Mas se a esquerda quer falar de “cultura”, então falemos! Só que com honestidade intelectual, sem aceitar a intimidação da patrulha politicamente correta.
Sei que há vários casos de estupro, e talvez até ocorra um exagero estatístico depois que as mulheres foram incentivadas a tratar tudo como estupro (e banalizar um crime tão hediondo é um crime em si, um desrespeito com as vítimas dos estupros reais, da mesma forma que chamar qualquer coisa de “escravidão” na era moderna é ofensa aos escravos do passado). Mas esse caso que chocou o país e gerou tamanha revolta ocorreu numa favela, com adolescentes metidos com drogas, ao ritmo de funk. Não dá para ignorar as circunstâncias só quando interessa.
Portanto, pergunto: essa tal “cultura do estupro” de que tanto falam teria alguma ligação com os bailes funks, com o hedonismo sexual vendido pela esquerda, com o estímulo aos apetites sem freios dos “progressistas” e com o declínio dos valores morais e religiosos fomentado pelos socialistas?
Rodrigo Constantino
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