Recém-eleito para o Parlamento, o ator Charles Muhamad Huber, filho de senegalês, defende que não se pode culpar apenas o Estado pelos problemas de integração e afirma que cabe a cada imigrante lutar pelo seu futuro.
Para Charles Muhamad Huber, é tudo uma questão de iniciativa. Filho de uma alemã e um diplomata senegalês, ele é um conhecido ator de televisão na Alemanha e é o primeiro afro-alemão a escrever um livro em língua alemã.
Nas eleições do último dia 22 de setembro, foi eleito deputado e se tornou, ao lado do também senegalês Karamba Diaby, um dos dois únicos negros do Parlamento.
Eleito pela União Democrata Cristã (CDU), mesmo partido da chanceler federal Angela Merkel, Huber, de 56 anos, diz que não se pode culpar apenas a Alemanha pelos problemas de integração. Cada um, afirma, é responsável pelo que deseja ser.
“Em tudo o que faz, tem que se ter iniciativa. Essa não é uma questão da cor da pele”, diz em entrevista à DW.
“Eu acho que há a perspectiva externa e a minha própria. Eu me vejo como um indivíduo, não definido pela cor.”
“Não devemos culpar a Alemanha. Cada um é responsável pelo que deseja ser. Essa é a minha opinião. Posso estar equivocado [risos], mas foi assim que me elegi membro do Parlamento. Ninguém me conduziu até aqui.”
“Em tudo o que se faz, tem que se ter iniciativa. Essa não é uma questão da cor da pele. O seu sucesso não deve se basear em iniciativas do governo para fazer de você bem-sucedido: você decide o que você mesmo vai ser.”
Preciso acrescentar alguma coisa? É louvável ver um INDIVÍDUO desses, que não apela para a vitimização, que não culpa o país que o abriga enquanto imigrante pelas mazelas da vida, que não espera do estado uma mão salvadora, que não utiliza a cor da pele como meio para a busca de privilégios. Pois é, tinha que ser de um partido de direita, não é mesmo?