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Sobre Eduardo Paes e o petismo – Parte I

Por Alexandre Borges, publicado no Instituto Liberal

Nota do editor: Este artigo faz parte de uma série em três partes, a ser publicada ao longo do dia, em que os autores expressam seus posicionamentos a respeito da relação entre Eduardo Paes e o petismo/lulismo. 

Cunha falou. Ele não renuncia e está com sangue nos olhos, como parte da cúpula do PMDB. É mais um prego do caixão deste governo.

A ala pró-impeachment do PMDB sonha com Jarbas Vasconcelos na presidência da Câmara, conduzindo o processo sem o desgaste de ter Cunha por lá. Querem a saída dele negociada e sem traumas.

A ala governista do PMDB tem cada vez mais um rosto, o do prefeito do Rio Eduardo Paes. Até as pedras do calçadão de Copacabana sabem que ele é candidatíssimo a presidente em 2018, representando a continuação do lulismo sem carregar o passivo político do PT, uma marca tóxica para qualquer candidato hoje.

Cunha não vai se entregar sem atirar para todo lado. Saindo por bem ou por mal, causará ainda mais danos a este zumbi político que é o governo Dilma, fadado a se arrastar como uma assombração até ser legalmente deposto. Numa pesquisa divulgada hoje, apenas 9% dos brasileiros apóiam Dilma. O governo acabou.

A dúvida é quem sucederá Dilma. A oposição não construiu lideranças nacionais além de Aécio Neves até agora, um oportunista que está comendo pipoca e esperando a presidência cair no seu colo. Quanto mais a oposição esperar para lançar outros nomes, pior. Não existe vazio de poder e Lula sabe disso.

O lulismo vai aos poucos testando suas opções para 2018, além do próprio Lula. Fez um ensaio constrangedor com Ciro Gomes, mas seu nome mais forte é, sem dúvida, Eduardo Paes, um ex-tucano tratado como rei pela Rede Globo. E ele terá nada menos do que uma Olimpíada como palco no ano que vem.

Ao se colocar como representante do lulismo, Eduardo Paes acena para os eternos medrosos do empresariado e da imprensa que pode ser uma saída mais moderada e sem rupturas do petismo puro-sangue, que poderá manter o “capitalismo de compadres” do lulismo que tão bem fez aos bancos, empreiteiras, veículos de comunicação e empresas companheiras nos últimos anos.

São tempos de Paes e é bom a oposição ficar bem atenta, ou será atropelada por um político ambicioso de apenas 46 anos que pode representar uma longa sobrevida do lulismo.

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