Quando a repórter usa a questão da igualdade, ela já denota seu viés socialista. Então se alguns podem pagar para estudar em Harvard ou Yale isso é injusto com os que não podem? E a solução ideal é todo ensino ser público e estatal? O mesmo vale para a medicina. Sim, no “mercado”, alguns podem pagar por tratamentos melhores e mais caros. E sempre será assim, mesmo no modelo socialista. No Canadá há corrupção para furar fila e driblar a burocracia, ou os ricos simplesmente atravessam a fronteira para buscar tratamento nos Estados Unidos.
Alguns podem ter Ferraris ou Volvos mais seguros. Isso quer dizer que só devemos ter transporte público em nome do combate às “iniquidades”? Percebem como a mentalidade igualitária é absurda no fundo?
A classe média não compra plano de saúde porque tem preconceito contra o SUS, e sim porque sabe que o serviço estatal é de péssima qualidade (como de praxe). Ir para o mercado é uma escolha. Compramos os produtos que desejamos no mercado porque ele é mais eficiente ao atender nossas demandas. O mecanismo de incentivos é diferente, mais eficaz. O hospital que depende do lucro para sobreviver precisa ao menos tentar ser mais eficiente do que o público, sem dono e vivendo à custa de nossos impostos, independentemente do serviço prestado.
Esse preconceito contra a solução de mercado é bobo, mas infelizmente está muito enraizado em nossos “intelectuais”. Eles desprezam o lucro como fator de incentivo, e adorariam que tudo fosse estatal. Mas o socialismo nunca funcionou para a alocação eficiente de recursos escassos e para atender às demandas populares. O mesmo vale para a saúde.
Respondendo à pergunta inicial, sim, eu prefiro que saúde seja um bem de consumo a ser comprado no mercado. Sinto-me mais seguro assim, com mais opções e preços diferenciados, com melhor qualidade de serviço. Não gostaria de ter apenas o Lada como opção de carro, e não acho nada saudável contar apenas com o SUS quando o assunto é minha saúde.
Rodrigo Constantino