Escrevi um texto sobre a bizarra recorrência dos experimentos socialistas, como se cada nova tentativa fracassada nada ensinasse aos crentes. A Utopia é a blindagem contra a realidade. Se o segundo casamento é quando a esperança vence a experiência, como dizem, como classificar essa tara obsessiva pela mesma amada, mesmo quando ela já deu todos os sinais de ser uma traíra?
Foi o leitor Bruno Sampaio que fez a analogia ao comentar meu texto: Excelente. O maior CORNO de toda a história da humanidade foi “traído” DE NOVO! Seria engraçada tanta ingenuidade, não fosse seu imenso potencial destrutivo.
O sujeito se apaixona por uma ideia, pela Utopia, aposta nela, e acaba sempre sendo “traído”. Traíram Marx! Deturparam Lenin! Enganaram Trotski! E agora uma vez mais com Chávez, coitado! Os socialistas estão sempre sendo traídos, e nunca aprendem a lição.
Nesse sentido, seriam eles como o novo parceiro de Deborah Secco? Faço a comparação pois a atriz, voluntariamente, disse numa entrevista que já traiu todas as pessoas com quem esteve em relacionamento. Todas! Mas fez questão de esclarecer: menos o atual. Sobre a declaração em si, comentei:
É realmente um espanto essa mania de expor a vida privada ao público dessa forma, ainda mais se vangloriando de atitudes imorais. A exposição excessiva é algo que daria calafrios em liberais como Benjamin Constant, preocupados com a privacidade do indivíduo, os limites da esfera pública e o Big Brother do estado. Na “era da transparência” isso acabou: é o próprio indivíduo que voluntariamente se expõe a todos dessa maneira. E só para concluir: em outros tempos essa postura não seria de piranha?
Mas, vulgaridade à parte, o que nos interessa aqui é a aposta do atual da atriz. O cara tem que confiar muito no seu “taco” para acreditar na fidelidade após tal declaração. Ou seja, ele será o diferente, o especial, o sui generis, a exceção contra a regra, contra todos os outros. Agora vai! A moça virou uma santinha…
Ele é livre para apostar nisso, sem dúvida, mas o mínimo que seria recomendado, no caso, é cautela, ceticismo, desconfiança. Quem já foi mordido por cobra tem medo até de linguiça. E quem entra num relacionamento com alguém que traiu todos os outros com quem já esteve merece, no mínimo, a dúvida, não?
Voltemos ao socialismo então: o troço trai mais do que a atriz. Trai todo mundo sempre e, ao contrário da atriz, sequer dá prazer ao amante durante o relacionamento. É verdade que na fase de encanto pode iludir sim, quando o governo começa a distribuir a riqueza alheia, dando benesses a todos, adotando medidas populistas e produzindo uma prosperidade artificial momentânea, com juras de amor eterno.
Nessa fase, o amante fica todo empolgado, como o Brasil com o PT em 2010. Mas depois vem invariavelmente a “traição”, e o corno fica com o gosto amargo na boca, com a sensação de que foi otário, de que confiou na amante errada. Foi bom enquanto durou?
Se o relacionamento for sério mesmo, dando até em casamento, pior ainda: o corno pode ficar com a metade do que tinha antes de mergulhar no escuro e confiar na “traidora”. É verdade que ela deu todos os sinais de que agiria assim, que seu currículo era assustador, que seu histórico era o pior possível. Mas o cara era confiante, determinado, casou e com comunhão total de bens ainda por cima!
Dá para reclamar quando acorda na Venezuela, sem nada, ferrado, miserável, na sarjeta? E não é esse o fim de todos os que casaram com essa safada, com essa vagabunda, com a maldita Utopia socialista?
PS: Boa sorte aí, Hugo!
Rodrigo Constantino
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