O multimilionário Jeffrey Epstein, acusado de crimes sexuais envolvendo menores de idade, foi encontrado quase morto em sua cela este fim de semana, e veio de fato a falecer no hospital. Há três semanas ele tinha sido encontrado inconsciente na cela e com marcas no pescoço, e foi colocado como potencial suicida para cuidados maiores na prisão. Mas autoridades alegam que ele não estava sob esse status quando ocorreu o episódio.
Muitos desconfiam da versão do suicídio. Epstein, afinal, era amigo de gente muito poderosa que frequentava sua ilha particular e também seu jato Lolita. Um deles é Bill Clinton, e Trump também foi amigo do pedófilo nos anos 90, cujas propriedades estão avaliadas em mais de meio bilhão de dólares. Várias teses mais conspiratórias circularam pelas redes sociais, incluindo memes divertidos de Hillary Clinton como o guarda da cela ou a enfermeira que cuidava do preso.
Na MSNBC, de ultraesquerda, falaram de russos a serviço de Trump, enquanto inúmeros conservadores levantaram a hipótese de ligação com os Clinton, casal conhecido pela quantidade de tramas em sua trajetória. Coisa de House of Cards mesmo, lembrando que Frank Underwood também era democrata.
O próprio presidente Trump retuitou mensagem com a tese que envolve os Clinton, e dois pré-candidatos democratas detonaram o presidente por isso, afirmando que ele divide o país de forma irresponsável.
Para adicionar pimenta na história, centenas de páginas de documentos judiciais revelados na sexta-feira pelo tribunal federal de Nova York mostram novos detalhes sobre as acusações de abuso sexual contra Epstein e vários associados, e mencionam o nome de Clinton.
O ricaço ofereceu um jantar em sua ilha ao ex-presidente assim que ele deixou a Casa Branca, fora as várias viagens no avião particular. Conhecendo-se o ímpeto sexual de Clinton, inclusive por mulheres mais novas, a suspeição de que a amizade de ambos envolvia mais do que conservas sobre finanças ou política é automática.
Apesar das teses conspiratórias terem se espalhado pelas redes sociais, alimentadas por trumpistas e também por democratas, a revista libertária reason acredita que foi um caso de negligência da polícia mesmo, de erro das autoridades que acabou levando ao suicídio do milionário pedófilo.
O procurador-geral William Bar prometeu investigações minuciosas sobre o caso. Barr disse que ficou “chocado” ao saber da morte de Epstein enquanto estava sob custódia federal, aguardando julgamento. O fato inegável é que a morte de Epstein foi um tanto conveniente para muito ricaço poderoso. Morto, afinal de contas, não fala…
Rodrigo Constantino