O Brasil cansa. Esse tem sido meu bordão. A sensação que se tem é aquela de um pesadelo sem fim. Como podemos estar falando a sério numa possibilidade de volta do PT ao poder? Depois de tudo que foi feito, que se sabe? O poste de Lula, um presidiário, estaria disputando com Bolsonaro o segundo turno, de acordo com pesquisas. Espanto!
Fernando Haddad é um “intelectual” especialista em marxismo e sistema soviético. É, de forma bem direta, um comunista, assim como sua vice. Submeteu-se a todo tipo de controle e humilhação até ser “ungido” pelo líder da seita, digo, do partido. Direto da prisão, como fazem as organizações criminosas. E agora poderá garantir uma vaga no mano a mano, que é sempre uma nova eleição, imprevisível.
É verdade que os institutos de pesquisa são suspeitos. É fato que, nos Estados Unidos, todos cantavam vitória de Hillary Clinton com folga na véspera das eleições. Também é fato que Haddad levou surra na tentativa de reeleição para prefeito, perdendo logo no primeiro turno para João Doria. Mas só a constatação de que alguém assim, com esse perfil, marionete do presidiário que destruiu o País, pode eventualmente assumir o poder é algo tão absurdo que nos deixa quase sem palavras.
E o mais chocante de tudo é o esforço de parte do establishment para pintar Haddad como um “moderado pragmático”, como se não fosse um socialista de carteirinha, representando uma quadrilha que mira no modelo venezuelano. Depois de mais de 14 milhões de desempregados, a volta da inflação alta, uma roubalheira sem precedentes, o aparelhamento da máquina estatal, a tentativa de golpe na nossa democracia e o total desprezo pela nossa Justiça, eis que um petista tem chances concretas de vencer!
Como meus conterrâneos esperam que eu possa explicar essa situação aos meus vizinhos americanos? Posso tentar algo assim: meu funcionário roubou minha loja e está preso. Agora, de dentro da cadeia, indicou um substituto para seu cargo de chefia. Devo contratá-lo? Que tipo de maluco diria que sim?
Parece brincadeira, mas é nossa política. Como alimentar esperanças no futuro da nação? Mesmo que Haddad perca, só o fato de ser um nome competitivo diz muito sobre a ética nacional – ou melhor, a falta dela. Um rato, se levar alguns choques ao tentar pegar um queijo, logo aprenderá a lição e desistirá da aventura. Já um eleitor petista parece imune a qualquer aprendizado com seus próprios erros. É do tipo que, levando um choque intenso, dobra a aposta.
Não tem como dourar a pílula: o Brasil só terá salvação no dia em que PT, PSOL e companhia forem escorraçados da política nas urnas. Até lá, a meta de todo brasileiro decente é só uma: impedir a volta do PT ao poder.
Artigo originalmente publicado na revista IstoÉ
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