Deu no GLOBO:
Depois da mudança de tom do Banco Central — com a divulgação de uma nota do presidente, Alexandre Tombini, com comentários sobre as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação à economia brasileira e a manutenção da taxa básica de juros (Selic) —, o mercado reviu as projeções para a taxa básica de juros e de inflação.
A previsão para a taxa básica de juros no fim de 2016 caiu de 15,25% para 14,64%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central, que reúne as estimativas das principais instituições financeiras. Para a média do ano, o mercado reduziu de 15,30% para 14,84%. Já a expectativa para a inflação foi ampliada de 7% para 7,23%, distanciando-se mais do teto da meta do governo para o ano, que é de 6,5%. Para 2017, a previsão de inflação subiu de 5,40% para 5,65%.
Em outras palavras, as expectativas de inflação estão desancoradas, na linguagem dos economistas. O que isso quer dizer? Que os analistas, empresários e investidores não esperam mais o retorno da inflação à meta, nem mesmo com uma das maiores recessões já vividas pelo país. Estagflação, como eu mesmo cheguei a prever ainda em 2010, é pouco para descrever a nossa situação atual. Errei por excesso de otimista, enquanto era chamado de maluco ou “Pessimildo”. Tivemos uma queda na atividade de 3,5% para uma inflação superior a 10% em 2015, e em 2016 as coisas não serão muito melhores.
Os economistas calculam a chamada “taxa de miséria” para analisar o grau de sofrimento de uma população. É uma equação bem simples, que soma a taxa de inflação com a de desemprego. São as duas maiores ameaças aos mais pobres. A inflação corrói o que resta do salário depois de quase 40% de imposto, e o desemprego tira o salário todo, pairando como eterna ameaça a quem conseguiu sobreviver no emprego. Quando ambos estão em alta, o clima de tensão beira o insuportável, especialmente para os mais pobres.
E como está a taxa de miséria hoje no Brasil? Com uma inflação acima de 10% e uma taxa de desemprego de 9%, subindo, temos um quadro assombroso, em que a taxa de miséria encostou nos 20%. Esse é o mesmo patamar de quando o PT assumiu o poder, lembrando que a inflação de 2002 e 2003 foi elevada por conta do próprio risco Lula, em boa parte. Todas as “conquistas” da era lulopetista, então, desapareceram, sumiram, escafederam-se! Eis a imagem da destruição:
O pilar que sustentou alguma aprovação ao governo Dilma e permitiu sua reeleição foi justamente o baixo desemprego. Mas, como alertei, o emprego é o último indicador a acusar o golpe da crise, especialmente num país como o Brasil, em que o custo da contratação e da demissão é alto demais. Os empresários postergam até o limite a dolorosa decisão de mandar embora. E é o que está acontecendo agora, pois ficou inevitável agir assim em prol da sobrevivência do próprio negócio e dos demais empregos.
Lula e Dilma simplesmente afundaram o Brasil na maior crise de nossa história, destruíram todas as conquistas anteriores, e impuseram aos mais pobres, que alegam defender, um fardo insuportável. Mas ainda tem gente que acredita que o PT é mesmo um partido que cuida dos mais pobres, enquanto os liberais são “insensíveis” e favorecem as elites. É preciso ser muito alienado para cair numa falácia dessas, não é verdade?
Rodrigo Constantino
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