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TCU aponta que BNDES pode ter perdido quase um bilhão com JBS: operações precisam ser investigadas

Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que os empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) ao frigorífico JBS podem ter gerado um prejuízo de, pelo menos, R$ 847,7 milhões à instituição.

O valor refere-se ao aporte feito pelo banco estatal entre os anos de 2006 e 2014, período em que a instituição repassou cerca de R$ 8,1 bilhões ao grupo. Em troca, o BNDES se tornou sócio do conglomerado.

O Tribunal acredita que o banco alterou regras contratuais que permitiram a aquisição de ações da JBS por um valor bem acima do mercado.

De acordo com o relator do processo, ministro Augusto Sherman Cavalcanti, “recursos públicos foram aportados na JBS sem critérios de benefícios econômicos e sociais para o país”.

Que a relação entre BNDES e JBS é pra lá de suspeita, isso ninguém tem dúvida. O banco estatal, sob o comando do nacional-desenvolvimentista Luciano Coutinho, o mesmo que na década de 1980 aplaudia e defendia no governo a reserva de mercado no setor de informática, resolveu colocar a JBS como “o” campeão nacional.

O grupo, que faturava poucos bilhões, passou para um faturamento de dezenas de bilhões e decidiu abraçar o mundo, criando um conglomerado internacional. Tudo com muitos recursos subsidiados do BNDES, ou seja, com a transferência de dinheiro do pagador de impostos para os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Qual o benefício para o país, ninguém sabe dizer. Mas a cúpula do governo petista decidiu que era importante criar um gigante no setor de carnes, e eis que a JBS saiu de pintinho para frango turbinado em poucos anos. Isso tudo, não custa lembrar, num governo que se diz a favor dos pobres e contra as “elites”.

Espera-se que a Polícia Federal possa investigar mais a fundo isso tudo, pois por baixo desse angu tem muito caroço. A JBS talvez seja o maior exemplo do modelo de “capitalismo de laços” disfuncional do Brasil patrimonialista. Que a esquerda defenda esse tipo de aberração é algo previsível, pois só usa os mais pobres na retórica para a chegada ao poder.

Os liberais, por outro lado, sempre condenaram essa concentração de poder no estado, justamente por compreenderem que ela é extremamente negativa para o funcionamento do mercado e, por tabela, para a criação de riqueza no país.

Rodrigo Constantino

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