Há uma forte reação da esquerda “progressista” diante do crescimento, ainda incipiente, de um movimento ligeiramente mais conservador no Brasil. Os velhos socialistas estão em polvorosa, e precisam pintar o que se passa como algo completamente reacionário, promovido por figuras obscuras, homofóbicas, autoritárias. Eles são simplesmente incapazes de uma reflexão sincera acerca do que fracassou no “modelo progressista” a ponto de suscitar esta resposta por parte da sociedade.
O caso da doutrinação ideológica nas salas de aula é sintomático: por décadas a esquerda marxista operou com total tranquilidade nesse ambiente, fazendo cabeças por meio de intensa lavagem cerebral, transformando as escolas e universidades em comícios partidários. Os pais acordaram, estão cansados, e a reação vem por meio de movimentos como o Escola Sem Partido, que pretende justamente acabar com esse abuso, esse crime cometido por militantes disfarçados de professores.
Quem leu Gramsci sabe da importância que os revolucionários socialistas dão a esse instrumento. Daí fica fácil compreender a histeria deles. É um ataque na grande imprensa por dia, ao menos. Já vimos aqui o “isentão” Leandro Karnal tirando a máscara de “neutro” por alguns minutos para detonar a ideia de forma completamente superficial, falsa e preconceituosa. Hoje tivemos o escritor Marco Lucchesi, da Academia Brasileira de Letras e professor da UFRJ, fazendo o mesmo em sua coluna do GLOBO:
Há outros zumbis que discorrem sobre a educação do país no Congresso, justo quando as escolas estão ocupadas em função de má qualidade do ensino, escândalos na merenda, salários baixos e atrasados. Nesse estranho cenário, as forças de segurança expulsam meninos e meninas, ao arrepio da lei, sem pedido de reintegração de posse, e com desmedida violência. Tornou-se modelo aquele truculento governador que atacou professores com balas de borracha, bombas de efeito moral e cães ferozes. Por onde vai a Justiça?
O debate sobre o ensino segue com enorme desfaçatez e despreparo conceitual. Eis uma lista irônica, inspirada nas atuais comissões do Parlamento, segundo a qual ficariam proibidos: Sigmund Freud, defensor da causa gay, Augusto Boal, dramaturgo subversivo, e o altamente perigoso Paulo Freire, com suas doutrinas marxistas. Penso que seria oportuno evitar-se a leitura dos evangelhos, porque tecem o elogio da pobreza e da divisão de bens. Passariam apenas obras de cunho religioso fundamentalista, a defesa do Estado mínimo e da mão invisível.
O discurso dos zumbis dá a impressão de que regredimos, de que voltamos à década de 70, aos tempos da Guerra Fria e do AI-5, das balas Dulcora, dos carros Gordinis e Vemaguets. Em que mundo vivem nossos parlamentares?
Eis quem não saiu da Guerra Fria ainda, quem não soube que os comunistas perderam: essa esquerda jurássica que o poeta representa. Vejam como ele romantiza, de forma pérfida, os “meninos e meninas” que “ocupam” as escolas, em vez de enxergar a realidade como ela é: são vagabundos transformados em massa de manobra por militantes revolucionários disfarçados de professores, com uma agenda ideológica nefasta, justamente aquela perdedora da Guerra Fria.
Jovens arrogantes e autoritários que, em vez de estudar, estão lá impedindo as aulas de forma truculenta, ameaçando professores idosos, rindo e debochando ao som de samba enquanto fingem protestar “por um mundo melhor”. A “educação” brasileira está há décadas dominada por essa gente: e qual foi o resultado? Se Lucchesi considera que há hoje um enorme retrocesso, coisa de “zumbis”, então quer dizer que ia tudo bem antes? O que os 13 anos de petismo fez por nossa educação?
Como o escritor explica, então, o total fracasso brasileiro em todos os rankings internacionais, como o PISA? O Brasil é uma máquina de produzir analfabetos funcionais e papagaios marxistas, mas o problema vem agora, com um projeto que pretende justamente impedir a lavagem cerebral em sala de aula? Lucchesi ironiza a preocupação com o “perigoso Paulo Freire”, o “patrono” de nossa “educação”, mas vai afirmar que o comuna de fala mansa fez algo positivo ao nosso ensino? Onde está o resultado?! Show me the facts!
Em que mundo vivem nossos parlamentares?, pergunta Lucchesi. A maioria no mundo criado por “intelectuais” como o próprio Lucchesi, como Karnal, Janine Ribeiro, Sérgio Cortella, Marilena Chaui. Ou seja, nesse mundo tomado pelo atraso ideológico, que pariu um país miserável e desigual, fracassado a ponto de permanecer por longos 13 anos sob o comando de uma quadrilha como a petista, roubando e destruindo o país inteiro!
E é a mudança que se inicia – e apenas se inicia – que essa gente não aceita de forma alguma, que precisa pintar como reacionária, coisa de zumbis fascistas. Não! A zumbilândia é o esquerdismo dessa turma toda, da Unicamp, USP e UFRJ. Desses que ainda conseguem defender o socialismo em pleno século XXI, apesar de tudo. Que elogiavam e elogiam até a Venezuela. Que defenderam e defendem o indefensável PT.
Como esses zumbis neoliberais e reacionários ousam desafiar esse modelo tão bem-sucedido e promissor?! Pois é: Lucchesi devia estar satisfeito com o modelo “progressista” inspirado no “educador” Paulo Freire, aquele que enaltecia ditadores assassinos e levou a visão tacanha de “luta de classes” para dentro das salas de aula, enxergando apenas “opressores” e “oprimidos”. Quem fala que Freire é perigoso só pode ser um brincalhão, um zumbi, não é mesmo?
Perigoso é, ó céus!, defender que sala de aula não é o mesmo que comício do PSOL e PSTU. Isso sim, é coisa de gente atrasada, reacionária, autoritária. Viva o mundo “avançadinho” daqueles que fedem a naftalina e ainda admiram o marxismo em pleno século XXI!
Rodrigo Constantino
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