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Tentativa de assassinato de reputação do Felipe Moura Brasil expõe método das hienas comandadas

Felipe Moura Brasil é o organizador do livro Tudo que você precisa saber para não ser um idiota, que reúne textos de Olavo de Carvalho e se tornou um bestseller. O livro foi editado por Carlos Andreazza. Esse já tinha virado alvo constante dos bolsonaristas por tecer críticas duras ao presidente e seu núcleo duro. FMB estava, porém, relativamente blindado, apesar de fazer análise independente e, portanto, também criticar o governo em seus canais, como a Jovem Pan e O Antagonista.

Eis que, após algumas críticas mais contundentes (e merecidas, em minha opinião), FMB virou o novo alvo predileto da turma xiita. Os fanáticos que circulam em torno do clã Bolsonaro como moscas em volta do mel farejaram a oportunidade de massacrar o jornalista e mostrar como um soldado fiel deve agir, sempre disposto a defender seu capitão, que está sempre certo. Partiram para ataques feito hienas comandadas, numa tentativa de assassinato de reputação digna de Stalin ou do PT.

Mas vários formadores de opinião e políticos saíram em defesa de Felipe. Ele é um dos mais preparados analistas de política do país, tem embasamento, foca sempre nos fatos e argumentos, usa lógica, coerência, e tem viés conservador, o que é muito raro no meio. Mas eis que da noite para o dia ele vira um “Fabiano”, um “vendido”, um comunista. É esse o modus operandi dos intolerantes: quem não vira bajulador só pode ser inimigo “globalista”. Eis algumas defesas feitas e os comentários do próprio jornalista sobre o caso:

Felipe Moura Brasil está no trending porque ousou proferir uma crítica ao modus operandi do governo. Do dia para a noite sua história na direita é massacrada por uma horda de inconsequentes. A crítica não é uma inimiga. E o contrário disso era o que pregava o petismo. – Fernando Holiday

Parabéns pelo senso crítico e independência, . O que você faz é jornalismo, não militância. Tem gente que não sabe diferenciar. – Kim Kataguiri

Felipe Moura Brasil é o mais novo fabiano do Brasil. – Guilherme Macalossi

Não concordo com o sobre os últimos acontecimentos, mas não é por isso que o tratarei como inimigo. O apodrecimento da imprensa trouxe o nível extremo de desconfiança, mas não podemos descambar para a incivilidade, especialmente com quem sempre fez um ótimo trabalho. – Leandro Ruschel

Os ataques a Felipe Moura Brasil têm comando. São coordenados. O método é evidente. A ação das milícias virtuais pretende assassinar reputações; desqualificar e aterrar tudo quanto possa ser identificado como minimamente dissonante. Ou adere, como o Tripa Livre, ou será assim. – Carlos Andreazza

Evito falar sobre a “nova era” justamente pra não ver meu perfil invadido por militantes novaeristas, cujo trabalho é neutralizar críticas e coagir discordantes. Mas o que estão fazendo com Felipe Moura Brasil e Andreazza é um troço nojento. Pronto, falei. Que venha o azorrague. – Paulo Cruz

Na boa. Discordem, discutam, critiquem e debatam com . Normal! Mas chamar o Felipe Moura Brasil de petista é pra acabar, porra! Tentar desmentir é uma coisa (por vezes necessária), mas difamar é outra completamente diferente. – Bernardo Kuster

Os caras apedrejando o Felipe Moura Brasil, porque ele disse não seguir “dicas (…) de defensores incondicionais de políticos, que fazem pressão contra a exposição de qualquer fato incômodo ou crítica, mesmo que pontual”. Vocês querem apoio incondicional, seus Zé ruelas? – Joselito Muller

Abaixo, alguns comentários feitos pelo próprio Felipe:

Mentirosos espalham que bloqueio quem discorda de mim. Alguns ingênuos acreditam nesse vitimismo cínico de mal-educados que vêm aqui xingar, distorcer o que eu disse, mentir sobre meu trabalho e minha vida, fazer chacota sem base real, fantasiar intenções ocultas e acusar crimes.

Acusar nominalmente uma pessoa de mentir, dizer meia verdade ou errar, sem expor mentira, meia verdade ou erro, e sua refutação argumentada, é atacá-la, afetando superioridade. “Fulano é bom, só errou dessa vez com meia verdade” é o típico ataque condescendente. Patrulha é vazia.

“Falar bem do PT para a torcida do PT é fácil. Tem uma multidão que não está aqui que deveria ser conquistada”, disse Mano Brown, porque PT achou que seu gueto e o povo eram o mesmo. E caiu. Petismo virtual de bolsonaristas desgasta Bolsonaro. Autoexaltação acrítica é autofágica.

Os leitores de verdade sabem que quem não consegue argumentar honestamente contra qualquer análise textual que explica e comprova as origens de uma grande confusão precisa desesperadamente acusar intenções malvadas, corporativismos descabidos, mercenarismo, mudança de princípios.

Foi um prazer dar expressão aos comportamentos que fanáticos condenam em adversários e repetem contra todos que apontam algum erro, por menor que seja, em seus políticos de estimação. É um dever vocacional de crítico cultural, que só para quando comportamentos já estão descritos.

Acusar jornalista de “defender” ministro por “medo de perder fonte” é acusar condicionamento da análise a interesse e conveniência pessoais, ou seja: acusar imoralidade, baseada na imaginação do sentimento alheio e da indispensabilidade do serviço imaginado. Coisa de gente baixa.

“Cuidado, Felipe.” Podem deixar. Sempre cuidei de não seguir dicas professorais e condescendentes de defensores incondicionais de políticos, que fazem pressão contra a exposição de qualquer fato incômodo ou crítica, mesmo que pontual e para o bem de um governo. Fiquem tranquilos.

Felipe mostra firmeza na busca pela verdade, como deve ser quando se trata de jornalismo sério. A ala minoritária xiita que vive de bajular a família Bolsonaro precisa entender que nós, liberais e conservadores, não lutamos tanto para derrotar o PT para que algo similar fosse colocado em seu lugar. Não vamos abaixar a cabeça para políticos. Não vamos nos intimidar com ataques coordenados de gente idiota. Ainda não entenderam?

Rodrigo Constantino

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