Malucos sempre existiram. A grande diferença hoje é que eles chegaram ao poder, ao menos o cultural, e chamam de malucos aqueles normais que ainda acreditam em maluquice. Ou seja, a grande novidade é que os malucos assumiram o hospício e trancaram os médicos, como no conto de Edgar Allan Poe. Levaram muito a sério a doideira de Foucault sobre “microfísica do poder” e entidades “opressoras”. E nunca isso ficou tão claro como na questão da “identidade de gênero”, a nova obsessão esquerdista.
Essa entrevista no GLOBO de hoje, por exemplo, é um show de horror, uma aberração, um caso de uma pessoa doente, com sérios problemas, que prefere acusar a sociedade em vez de enfrentar sua condição perturbada. Eu poderia recomendar a “ela” um divã, mas eis o ponto: trata-se de uma psicanalista! Os malucos estão do outro lado do divã hoje. Eis alguns trechos:
“Fiz a transição aos 50 anos, casada e depois de enfartar. Continuo com a mesma esposa, tenho três filhos e três netos — dos quais sou pai e avô, e não mãe e avó. Não nasci no corpo errado, mas sim na sociedade errada. Não sou homem, nem mulher, nem trans. Sou Letícia Lanz. A construção de mim mesma.”
O gênero foi criado na revolução agrícola, quando o homem passa a ser sedentário, observa seu rebanho e descobre que é o ato sexual que causa a reprodução. Antes, quando eram nômades, a mulher inchava, de repente nascia um bebê e achavam que era algo divino. A partir daí, o homem subjuga a mulher, que passa a ser propriedade dele. Os papéis de gênero foram muito separados até o início do século XX e hoje não são tanto: você encontra mulher em todas as funções que eram tipicamente masculinas. A questão é: para que serve gênero hoje, então?
Gênero existe porque a sociedade organiza pessoas em torno de padrões de comportamento. Não existe um vínculo natural entre o sexo de nascimento e o exercício desses papéis. O processo aqui é o de identificação. Na loja de brinquedos você vê a distinção bem clara: de menina e de menino. Por ali você já vê todo um sistema de organização social que determina aquilo. Por que o brinquedo do menino é a arma, o caminhão e o jogo de inteligência, enquanto o da menina é a maquiagem, o fogãozinho e a maquininha de lavar roupa? A criança sofre um terrorismo de gênero muito intenso.
Sou contra o gênero enquanto sistema de separação e hierarquização das pessoas. É graças ao gênero que a mulher ganha 30% menos que o homem e é tratada como inferior. Porém, o gênero enquanto categoria com a qual a pessoa se identifica é perfeitamente viável. Ele não pode é trazer toda uma carga social que, por exemplo, impede a mulher de abortar porque não é dona do corpo dela, enquanto o homem é. As pessoas me perguntam: se você é tão contra gênero, por que você vive como mulher? Eu respondo: porque eu tenho imaginação.
Fica patente o grau de distúrbio mental, a confusão desse ser, que tenta, em vez de se enquadrar na sociedade ou mesmo em sua biologia, mudar o mundo à sua imagem, num ato de narcisismo infantil. O inferno são os outros, disse Sartre. Enxergar meninos e meninas, com suas diferenças naturais, é coisa de gente preconceituosa, machista, atrasada. E isso é tratado como normal, merece destaque no jornal.
Não importa que até mesmo outros mamíferos e animais em geral demonstrem claras inclinações a comportamentos diferentes com base no sexo. Isso tudo deve ser uma “construção social” dos machos opressores, não é mesmo?
Esse breve vídeo da BBC mostra como os macacos já apresentam preferências diferentes sem nenhum tipo de “construção social” de uma sociedade patriarcal machista dominada pelo malvado homem branco ocidental judeu ou cristão (o inimigo número um dos movimentos de “minorias”).
Mas são apenas fatos, e nunca que gente doida vidrada em ideologias os deixaria falar mais alto do que seus desejos e fetiches. É por isso que temos reportagens como esta na capa do UOL, tratando como a coisa mais normal e linda do planeta um ser claramente perturbado, que deveria buscar ajuda psiquiátrica em vez de ser um troféu “progressista” na mídia:
Sem se identificar totalmente como homem ou mulher, o escritor ou a escritora Juno Cipolla —que gosta que o tratamento que lhe dão seja no feminino e no masculino– conta como se descobriu um transgênero não-binário, há três anos. Em meio a mudanças físicas e emocionais, Juno diz ser uma figura ambígua, que gosta de ter peito e barba. Aos 25 anos, tem uma rede afetiva com 7 namorados trans. A seguir, Juno relata sua trajetória.
“Eu fui designado (a) mulher quando eu nasci, isso é, como viram que eu tinha uma vagina, disseram que eu era mulher. Na infância, não tinha essa noção de gênero, só sei que de alguma forma me identificava com algo que não era o feminino estereotipado e projetava em mim uma figura considerada masculina. Gostava de brincar com os carrinhos dos meus irmãos mais velhos e ser o personagem masculino nas brincadeiras, mas também tinha muitas bonecas.
Sinto compaixão por essas pessoas, não quero tripudiar de sua condição, de seu sofrimento. Minha revolta não é contra elas, e sim contra os que exploram esses distúrbios política e ideologicamente, pois odeiam tudo aquilo que é saudável, repudiam o próprio conceito de normalidade, e querem destruir os pilares de nossa civilização ocidental, calcada em valores tradicionais hoje colocados em xeque.
Em meio a tanto relativismo moral, a tanta deturpação de conceitos e ataques ao que existe e sustenta nossa sociedade, era óbvio que chegariam até mesmo à defesa da pedofilia. Isso foi antecipado lá atrás por alguns pensadores conservadores, e se acredita que houve uma pausa na estratégia apenas porque perceberam ser mais útil usar a pedofilia para difamar a Igreja, com casos de padres pedófilos.
Hoje já voltaram à carga, e estão investindo pesado na relativização da pedofilia, que é para avacalhar de vez com qualquer pilar social, apostar na sexualização precoce e libertina das crianças, e com isso destruir de vez a família. A reação da esquerda ao caso da “exposição de arte” financiada pelo Santander deixou isso bem evidente: os “progressistas” preferiram se unir a um banco estrangeiro para defender pedofilia e zoofilia, chamando de “nazistas” aqueles que detonaram o evento.
Outro caso – e eles estão mais e mais frequentes em destaques na imprensa – mostra uma figura doente que pensa ser um “unicórnio”. Não dá para esquecer do episódio de South Park, que ridicularizou essa mania de “trans” partindo para o caso de mudança de espécie, em vez de sexo ou gênero. Quem condenar sofre de “especismo”, ou preconceito de espécie. Simplesmente hilário:
A meta é chamar de normal tudo que é bizarro, estimular um comportamento cada vez mais hedonista, libertino e irresponsável em jovens e crianças, com foco demasiado no sexo, e acusar de “reacionário” ou “nazista” quem ousar defender valores básicos e proteger as crianças. É de caso pensado, ao menos na cúpula “progressista”, que usa seus idiotas úteis de sempre na promoção desses “desvalores”.
A ideologização da ciência é sua morte, e é isso que os “progressistas” estão patrocinando. Sexo e gênero passam a ser apenas uma “questão de escolha”, e os jovens mimados, birrentos, passam a crer que seus desejos, fetiches e apetites são leis, imperativos categóricos que devem ser atendidos pelos outros. E se não forem, então a culpa só pode ser dessa sociedade atrasada, machista, patriarcal, careta. É tudo muito sintomático da era em que vivemos.
Para quem quiser um foco mais sério e científico sobre “identidade de gênero”, recomendo o podcast Ideias mais recente, em que convidamos o médico Marcelo Ribeiro para falar do assunto:
Não deixem que esses revolucionários niilistas estraguem nossa civilização. A arma mais poderosa que usam é a relativização de valores e a obliteração de conceitos e palavras. Quando nada mais pode ser tido como estranho ou doido, então o normal não existe mais. Se tudo é arte, nada é arte. Se tudo é normal, nada é normal. Se vale tudo, então nada mais vale como padrão, como referência.
A verdadeira contracultura de hoje é se rebelar contra essa imposição “cultural” das elites mimadas e perturbadas. A verdadeira reação de hoje é retomar o controle do manicômio e lembrar aos malucos que eles não são os médicos, e sim os doentes.
Rodrigo Constantino
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