Na coluna de Ilimar Franco no GLOBO de hoje consta o seguinte:
A agenda das centrais sindicais é de difícil execução seja qual for o próximo presidente. Ela defende a ampliação dos direitos trabalhistas, o que aumenta custos para empresas e produtores. E também um incremento dos gastos públicos.
É emblemático que, depois do Senado ter aprovado a revisão do Fundo Previdenciário, o tema tenha sido engavetado na Câmara pelo governo petista. As centrais pregam a redução da jornada de trabalho de 48 para 40 horas semanais.
E ainda o aumento da correção do FGTS para um índice equivalente ao da poupança. Independentemente da preferência eleitoral, as centrais não aceitam a flexibilização dos direitos dos trabalhadores.
Ao ler isso, lembrei imediatamente de um desejo esperançoso de Roberto Campos, que está em seus Conselhos a um Economista Enquanto Jovem. Diz ele:
Dia virá, e faço votos para que não tarde, em que um trabalhismo verdadeiro cuidará de ter uma nova agenda – agenda que inclua a busca da produtividade, o aumento das oportunidades de emprego e de oportunidades de treinamento técnico, a organização do esforço cooperativo par acesso à casa própria e a bolsas de estudos, e também a reivindicação de reajustamentos salariais que, por serem realistas, tenham a possibilidade de ser sancionados pelo aumento de produção, ao invés de, por exagerados, serem logo destruídos pela inflação.
Infelizmente, esse dia ainda não chegou, e isso é óbvio. CUT, Força e demais entidades sindicais continuam com uma agenda retrógrada, irrealista, demagoga, pregando apenas mais “conquistas trabalhistas” sem levar em conta as leis econômicas, os impactos na economia e na inflação, a produtividade do trabalho, que é, em essência, o que garante melhores condições de vida para o trabalhador.
Campos chamou esse tipo de “trabalhista desempregador”, que acaba se tornando um encantador da serpente inflacionária. Será que ainda veremos o dia em que haverá um trabalhismo sério, maduro e comprometido, de fato, com a melhoria sustentável da qualidade de vida dos trabalhadores?
Rodrigo Constantino
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