O lamentável episódio racista em Charlottesville foi irresistível para a imprensa, que sonha dia e noite em como derrubar Trump. Farejaram ali uma ótima oportunidade, como abutres diante de sangue. Grupos neonazistas de “direita” atacando movimentos “antirracistas” de esquerda? Irresistível demais para a narrativa da turma. Trump foi enfático ao condenar a violência, só que cometeu um “pecado mortal” para a mídia esquerdista: atacou “ambos os lados”. A patrulha saiu em campo, alegando que o ódio e a intolerância não têm lado, e que os supremacistas brancos tinham que ser nominalmente citados. Trump os citou. Sem muita opção, os ataques passaram a vir pela “demora” da crítica específica: dois dias.
Ocorre que os “jornalistas” não estão acostumados a lidar com alguém que diz certas verdades sem medo da patota politicamente correta. Quando foram cobrar mais explicações de Trump, o presidente não deixou barato: aproveitou a ocasião para alfinetar a mídia, dizendo: “Já que vocês não estão falando, eu vou falar. Vi muitos grupos de preto provocando a violência. Por que vocês não noticiam?” O presidente mencionou aqueles que chegaram ao local armados com bastões, de máscaras, claramente com o intuito de arrumar confusão. Lembrou, ainda, que do outro lado nem todos eram nazistas, pois havia muitos com a crítica ao propósito de derrubar a estátua de Robert E. Lee, general dos Confederados. Por que a imprensa omite um dos lados?
O xeque-mate veio quando Trump citou Thomas Jefferson e George Washington, heróis nacionais. Ambos tinham escravos. Eram outros tempos, e o revisionismo histórico da esquerda, que tenta pintar o passado da América como algo vergonhoso, sendo que foi nela que a liberdade individual floresceu, não cola para a maioria dos americanos. Vão derrubar estátuas de Washington também?
Com essa questão, e se recusando a ser interrompido pelo repórter da CNN, chamada de “Fake News” por ele, Trump desmoralizou a mídia torcedora. Obama nunca foi cobrado com o mesmo rigor pela violência de grupos racistas como o Black Lives Matter. É como se houvesse uma violência “redentora”, quando vem da esquerda. Aí vira “justiça social”, e o presidente pode até receber na Casa Branca líderes de um grupo que chegou a pregar a morte de crianças brancas. É essa farsa, esse duplo padrão hipócrita, que Trump veio expor. E o establishment está em pânico, pois não sabe como reagir. Um presidente que ousa dizer que os dois lados possuem extremistas violentos? Como tem a pecha de dizer… a verdade? Trump é como a criança que aponta para o imperador e grita: “Ele está nu!” Enquanto a elite estava lá, de boas, apreciando suas lindas roupas invisíveis…
Texto originalmente publicado na revista IstoÉ
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