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Trump declara guerra às regulações excessivas de Obama: os liberais vão reclamar?
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Todo liberal sabe que o excesso de regulação estatal é um dos grandes males a serem combatidos para uma sociedade mais livre e próspera. O liberalismo não cai na falácia de que o empresário é malvadão e cabe ao governo proteger os consumidores, pois entende que não é preciso contar com a premissa da bondade humana dos empresários, como sabia Adam Smith. É o ambiente de livre concorrência que levará as empresas, como que por uma “mão invisível”, a buscar atender da melhor forma possível a demanda dos consumidores.

Os supermercados não deixam de colocar comida estragada nas prateleiras porque existe a vigilância ou uma lei governamental, mas porque se começarem a vender coisa podre, em pouco tempo não terão mais clientes. A estratégia seria suicida, e sabemos que é balela essa história de que empresários só focam no curto prazo e o governo vai lutar para nos proteger a longo prazo. O valor presente de uma empresa depende de seu fluxo de caixa futuro, e para maximizar esse ativo é fundamental que ela tenha um horizonte de longo prazo.

Enfim, estou chovendo no molhado para os liberais. Nós sabemos que não passa de uma crença infantil essa de que as regulações vão proteger os consumidores de empresários malignos. E Obama, esquerdista empedernido, foi o rei do aumento das regulações, pois acredita no contrário: o estado seria uma espécie de deus capaz de cuidar de tudo, enquanto empresários precisam ser mantidos sob rédea curta e no cabresto. Já Trump adota a visão liberal aqui, e decidiu travar uma guerra sem precedentes ao excesso regulatório de seu antecessor.

Mas como a imprensa dá a notícia? Ora, é Trump? Então ele precisa ser demonizado, e Obama enaltecido. Resultado: a premissa boboca de que regulações realmente protegem consumidores é aceita sem crítica. Obama e suas regulações todas são vistos como essenciais para impedir malucos atirando por aí, o planeta derretendo, as empresas cruéis de energia poluindo. Não importa que nada disso seja verdade. Até os sindicatos são retratados como ícones do “interesse público”. Enquanto isso, Trump é tido como um lacaio dos grandes empresários, disposto a ferrar com o consumidor para beneficiar seus amigos bilionários. Vejam:

Em menos de dois meses, mais de 90 regulamentações federais de Barack Obama foram revogadas ou suspensas pelo governo Trump e a maioria republicana do Congresso. Trata-se, segundo o “New York Times, de uma das mudanças mais radicais da História das políticas de regulamentação. Em muitos casos, as medidas vieram após o lobby das próprias indústrias que eram alvo de regulação. Para o governo, a nova flexibilização irá acelerar o crescimento econômico.

A partir de agora, por exemplo, dados da Segurança Social não poderão mais ser usados para impedir que indivíduos que sofrem de transtornos mentais possam comprar armas. Balas de chumbo que contaminam a natureza não serão mais proibidas de carregarem as armas dos caçadores. Leis que iriam facilitar criadores de galinha de processar empresas de frango processado estão temporariamente paradas no Congresso. E regras para a mineração, exploração de gás e petróleo foram subitamente eliminadas.

Em discurso ao Congresso na semana passada, Trump definiu as medidas como “um esforço histórico para reduzir maciçamente os regulamentos que esmagam o trabalho”. Ainda estão pendentes no Congresso americano mais de 40 resoluções, para revisar questões que vão desde listas de espécies em extinção a taxas de cartão de crédito.

Embora promover mudanças nas regulamentações seja algo comum entre presidentes, a extraordinária intensidade dos esforços do novo governo vem acirrando os ânimos entre grupos ligados ao mercado, como Wall Street e Câmara do Comércio dos Estados Unidos, e grupos ligados a interesses públicos, como ambientalistas e sindicalistas.

Viram só? De um lado, Trump e Wall Street, grupos ligados ao mercado, e do outro, sindicatos e ambientalistas, essas almas puras e abnegadas, como sabemos, lutando por “interesses públicos”. E o jornal aceita essa visão ridícula! O mesmo jornal que sabe muito bem que basta olhar para os sindicatos e ambientalistas em nosso país para saber que a última coisa que fazem é defender “interesses públicos”.

A reportagem ainda utiliza uma imagem de um “protesto” com meia dúzia de “gatos pingados” com mensagens sobre o muçulmano que matou 50 pessoas numa boate gay de Orlando, como se a culpa fosse da facilidade de se comprar armas na América. Em primeiro lugar, não é, como os índices de violência atestam. Em segundo lugar, se fosse, as regulações vigentes já seriam frouxas e não seriam culpa de Trump, que chegou agora.

Mas eis como o jornal transmite a mensagem: Obama queria proteger a vida de inocentes, os mercados de uma crise como a de 2008, o planeta, e os consumidores em geral, e Trump não se importa com os que morrem com armas, os consumidores e a crise financeira, além do planeta. Só quer ajudar amigos bilionários a ganhar mais alguns bilhões. Claro, porque o legal é monopolizar os fins nobres, nunca debater sobre os melhores meios para tais fins.

Os sindicatos de esquerda, os ecoterroristas e Obama pregam mais e mais regulações, que “por acaso” nunca funcionam (como já cansei de mostrar no blog, a própria crise de 2008 não foi culpa da falta de regulação, mas do excesso de regulação). Trump chegou para acabar com essa farra, com essa burocracia insana que apenas protege os grandes empresários e pune os consumidores e pequenos empresários. Mas claro que a mídia, quase toda torcedora e com viés de esquerda, iria atacar Trump nessa batalha por menos regulação.

O que não dá para entender é o silêncio dos liberais! Esses deveriam estar exultantes, aplaudindo efusivamente o esforço do presidente em desatar esse emaranhado de regras que servem apenas para transferir poder e recursos para burocratas e políticos. Por que o silêncio, meus caros colegas liberais?

Rodrigo Constantino

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