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As quatro deputadas democratas representantes de minorias alvos de ataques do presidente dos EUA, Donald Trump, nos últimos dois dias responderam nesta segunda-feira, 15, aos comentarios considerados racistas do republicano. Em entrevista coletiva conjunta, disseram que os ataques não dividiriam os democratas e serviam apenas como distração para a “falta de políticas” de Trump. Elas também defenderam o impeachment do presidente. 

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“Esse presidente não sabe defender seus argumentos, então eles nos ataca. Tudo tem a ver com isso”, argumentou Alexandria Ocasio-Cortez, uma das quatro congressistas, ao lado de Ayanna Pressley, Rashida Tlaib e Ilhan Omar.

“A agenda de Trump é a mesma dos supremacistas brancos. O que antes acontecia apenas nos grupos de bate-papo ou na TV, agora chegou aos jardins da Casa Branca”, disse Omar. 

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“Não vão nos calar”, afirmou Pressley, que acusou Trump de carecer da “graça, empatia, compaixão e integridade que requer o gabinete presidencial”.  “No entanto, incentivo os americanos (…) a não morder o anzol”, acrescentou, vendo nos ataques de bilionário republicano “uma distração” para desviar a atenção “dos problemas que afetam os cidadãos americanos”.

No domingo, Trump disse que elas deveriam “voltar para seus países” – ainda que todas sejam cidadãs americanas. Hoje, o presidente negou que estivesse sendo racista e afirmou que vários grupos concordavam com ele. Trump continuou tuitando durante o pronunciamento das deputadas. 

“Os democratas estão tentando se distanciar das quatro ‘progressistas’, mas agora foram forçados a apoiá-las. Isso quer dizer que eles estão apoiando o socialismo, o ódio a Israel e aos EUA”, escreveu o presidente. 

A imprensa toda está dando destaque para a reação das congressistas democratas e endossando a crítica de que a fala de Trump foi racista. Balela! É tática leninista, de acusar o outro do que você faz. O racismo, o preconceito, o tribalismo vem justamente dessa esquerda representada por esses novos rostos democratas.

O Congresso chegou a preparar uma moção contra Ilhan Omar, mas nos 45 do segundo tempo desistiu de colocar seu nome, e diluiu seu antissemitismo num combate ao preconceito generalizado. Foi um ato de covardia. Nancy Pelosi, que fez duro ataque a Trump, está defendendo esses radicais sem perceber que o povo americano ficará do lado do presidente.

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Ignorar o radicalismo dessa base democrata é passar pano num extremismo suicida do ponto de vista político. Eis o grande erro democrata: confundir forma e conteúdo. Muitos americanos não gostam de figura de Trump, de seu estilo meio histriônico e fanfarrão, mas isso não é sinônimo de condenar sua mensagem, o conteúdo.

Misturar uma coisa com a outra é o maior equívoco democrata. Eles acham que é boa bandeira se mostrar o oposto de Trump em tudo, e com isso têm defendido bandeiras absurdas, bizarras. Na questão imigratória, por exemplo, bastava ser mais razoável, prudente, para expor a retórica mais beligerante do republicano. Mas não: os democratas querem fronteiras abertas, anistia aos milhões de ilegais no país, e benefícios fiscais para esses imigrantes. Ou seja, é pura loucura!

Trump sabe o que está fazendo e do ponto de vista eleitoral é brilhante. Ele está associando todo o Partido Democrata a essa base militante extremista, está forçando uma associação entre Joe Biden e Ocasio-Cortez, entre Nancy Pelosi e Ilhan Omar, para que todos sejam vistos como uma só coisa, e que essa coisa seja o radicalismo desses esquerdistas.

O Partido Democrata conta com socialistas assumidos, com antissemitas escancarados, e com defensores de uma política imigratória irracional, maluca. Ao atacar com firmeza essa turma, e manda-los “de volta aos seus países de origem”, Trump sabe que está tocando na ferida: essa gente não ama a América, não respeita seu legado, vive cuspindo em seus valores e falando em transformar o país “fundamentalmente”.

Mas o americano médio é patriota, abomina a ingratidão e rejeita a narrativa de que a trajetória americana seja uma de exploração e injustiças. Trump fala a essa maioria silenciosa, enquanto a minoria “progressista” radical, que domina a mídia, fica esperneando e rotulando o presidente, sem perceber que esses adjetivos ofendem a população que concorda com ele.

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Rodrigo Constantino