Por Alexandre Borges, publicado pelo Instituto Liberal
Com os últimos resultados das primárias republicanas, já se pode afirmar que o fogo amigo contra Donald Trump funcionou e Ted Cruz está crescendo acima das previsões.
O vencedor da vaga para disputar a presidência da república pelo GOP em novembro deverá obter 1.237 delegados de um total de 2.472 possíveis na convenção. Ainda há muita disputa pela frente e se ninguém chegar ao total antes dela haverá uma “brokered convention”.
Até o momento, Trump possui 384 delegados contra 300 de Ted Cruz e 151 de Marco Rubio e o quadro está indefinido, especialmente com o impacto da rejeição dos principais formadores de opinião do Partido Republicano ao seu nome, com direito à campanha com hashtag #NeverTrump.
Rubio joga suas últimas fichas em seu estado, na Flórida, que tem 99 delegados e é do tipo “winner takes it all”, ou seja, quem vencer a primária leva todos os 99 para ele. Mas ele vai precisar de mais do que isso para conseguir a vaga.
Ted Cruz tem a simpatia dos formadores de opinião e teve uma ótima vitória no Texas, levando 102 dos 155 delegados do estado. Se fosse uma eleição “winner takes it all”, como na Flórida, Cruz estaria na frente de Trump, que também perderia seus 47 delegados texanos, quando Cruz levaria os 155.
John Kasich é um candidato nanico que parece apenas esperar a disputa em seu estado, Ohio, para sair. Ben Carson foi o último a desistir formalmente. A disputa hoje é entre Trump e Cruz, com Rubio num distante terceiro lugar.
Já no campo democrata (ou socialista, você escolhe), Hillary possui atualmente 1.130 dos 4.763 possíveis, mas bastam 2.382 para obter a vitória. Sanders possui 499 e continua fazendo mais barulho do que delegados. Hillary tem o controle da máquina do partido, especialmente no que aqui no Bananão chamamos de “voto de cabresto”, ou eleitores de baixa escolaridade e renda que trocam votos por pequenas vantagens imediatas ou que são levados por suas igrejas, sindicados e “movimentos sociais” para votar num candidato indicado pelos líderes dessas associações.
As pesquisas sobre os confrontos finais de novembro ainda não querem dizer nada e é bobagem perder tempo com elas. Mesmo o dono da vaga republicana ainda está totalmente indefinido por conta da súbita ascensão de Ted Cruz, que já está no calcanhar de Donald Trump.
É uma das disputas mais emocionantes e acirradas dos últimos tempos e é uma pena que a cobertura da grande imprensa brasileira esteja seja tão ruim e partidária. Soube que esta semana até o William Waack (que decepção!) comentou no Jornal da Globo que “Cruz é pior que Trump porque é mais conservador”. Até tu, Waack?
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