Michel Temer teve apenas a metade de um dia no comando do governo até agora. Ainda assim, já fez mais e melhor do que o PT em 13 anos! Duvida? Acha que exagero? Então vejamos.
Para começo de conversa, restabeleceu o português como língua oficial nos pronunciamentos da presidência. Sim, aquilo que Lula e principalmente Dilma falavam era outra língua, algum dialeto qualquer. Dilma, então, não era capaz de dizer uma frase com começo, meio e fim que tivesse lógica, coerência. Temer fala bem. Faz bom uso de nossa língua. Utiliza até mesóclise. Dar-lhe-ei crédito por isso. Já é um salto e tanto de qualidade.
Mas não é apenas a forma; o conteúdo também teve enorme upgrade. Temer fez um discurso com cores republicanas e até liberais, destacando as funções básicas do estado e pregando mais espaço para a iniciativa privada. Fez distinção entre governo e estado, algo que se perdera completamente na era lulopetista. Tem sido assessorado por gente de respeito, como o professor de filosofia Denis Rosenfield.
Outra mudança sutil, mas profunda, pode ser encontrada na nova logomarca do governo. As cores vermelhas desapareceram. Agora temos o azul em destaque, com a mensagem “ordem e progresso”, justamente o que está em falta no Brasil. O diabo está nos detalhes, e esse detalhe é relevante sim. Fora slogans populistas, megalomaníacos e socialistas do PT; agora é hora de pensar na união do país, de forma serena e séria.
Em seguida, apresentou Henrique Meirelles como ministro da Fazenda. Meirelles foi presidente do Bank Boston, candidato pelo PSDB, depois presidente do Banco Central no primeiro mandato de Lula, o único em que a responsabilidade fiscal foi minimamente respeitada. É um bom nome para a economia, e deve levar consigo uma equipe técnica boa, com nomes como Mansueto Almeida na Secretaria do Tesouro, no lugar de Arno Augustin, e Ilan Goldfajn no Banco Central, no lugar de Alexandre Tombini. Mudanças da água (suja) para o vinho.
O discurso fala em privatizar a infraestrutura do país, o que é altamente desejável, e em corte de milhares de cargos não-concursados no governo, novamente algo muito importante. Ou seja, ao que tudo indica, Temer vai mesmo na necessária linha de menos estado, mais mercado. E Meirelles disse que a reforma da Previdência é uma prioridade, o que está totalmente correto.
Seu ministério está longe de ser sensacional, não por não ter mulher, uma denúncia que só feministas bobocas fazem (preferiam quando tínhamos uma “presidenta” incompetente e ligada a uma quadrilha?), e sim porque nomes estranhos fazem parte da lista. Ainda assim, a quantidade de ministério foi significativamente reduzida, um avanço, e o Ministério da Cultura (MinC) incorporado no da Educação, entregue para o DEM. A elite artística chiou, mas o choro é livre. O que preocupa essa turma é a perda de boquinhas, pois a cultura verdadeira é viva na sociedade, não precisa de mecenas estatal. Um golaço de Temer.
Na mesma linha, o novo presidente (interino) decidiu cortar as verbas para a imprensa chapa-branca, para os blogs sujos que faziam propaganda escancarada para o PT. A esgotosfera está com seus dias contados. Temer vai asfixiar as prostitutas do jornalismo financeiramente, para desespero dos vagabundos. Não é à toa que a esquerda radical está em polvorosa. Diz que não reconhece Temer, “esse canalha”, como presidente. Gostam é dos canalhas do PT, que liberam verbas públicas para suas mamatas.
Ou seja, Temer, em meio dia de governo, deu duros golpes na esquerda radical incrustada no estado, gerou a revolta dos “movimentos sociais”, dos “intelectuais” e artistas engajados, e das feministas recalcadas de esquerda. Tudo isso enquanto valorizava a língua portuguesa, com uma mensagem clara e positiva, com postura discreta e institucional. E ainda por cima colocando a educação (e cultura) nas mãos do DEM e a economia nas mãos de gente capaz.
Não dá para negar: os petistas fizeram ao menos uma coisa razoável na vida, ainda que de forma inconsciente. Votaram em Michel Temer para vice-presidente. Trata-se de alguém muito acima dos padrões petistas. Seu começo de gestão foi alvissareiro. Claro que não podemos relaxar. Mas, se continuar assim, Temer vai contar com o apoio do Brasil trabalhador, independente de verbas públicas, aquele que produz riquezas. Em frente.
Rodrigo Constantino
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião