Por Alexandre Borges, publicado pelo Instituto Liberal
Agora começou a previsível palhaçada de grandes bancos e corporações do país se unindo ao governo para um pacotaço de renegociação de dívidas em função da crise que eles mesmos criaram. Em resumo: eles quebram o país mas a conta é sua.
A esquerda, hipócrita como sempre, diz que é contra as grandes corporações e bancos, mas quando o governo é deles há 14 anos, o que fazem? Depois de devastar a economia, querem dar dinheiro público (ou seja, seu dinheiro) para “salvar” bancos privados e “grandes grupos”, alguns deles com os maiores lucros já registrados na história. É claro que estes plutocratas (ou metacapitalistas) saberão retribuir o favor.
Durante a crise de 2008, políticos carreiristas americanos dos dois partidos defenderam a ajuda às grandes empresas e bancos, um absurdo antiliberal que apenas lembra como as relações incestuosas entre governos e corporações é uma das grandes ameaças ao liberalismo. Não é possível ser liberal e ao mesmo tempo apoiar que governos “salvem” empresas.
A Grande Recessão tem sua origem nos anos 70, durante o governo Carter, mas os governos posteriores só colocaram mais combustível na fogueira até tudo explodir no apagar das luzes do governo Bush, autor da desastrada frase: “precisei abandonar os princípios do livre mercado para salvar o sistema de livre mercado”. O correto seria dizer “precisei abandonar os princípios do livre mercado para salvar meus amigos de Wall Street”, os mesmos que foram ainda mais ajudados pelo governo Obama.
Alguns autoproclamados “Intelectuais esquerdistas” dizem que a crise de 2008 foi a “Queda do Muro de Berlim Capitalista”, mas se não fossem analfabetos funcionais saberiam que tudo que a economia de livre mercado rechaça é o intervencionismo estatal, não apenas por motivos teóricos ou ideológicos mas também porque não funciona e, ao final, o país fica ainda mais endividado e quebrado, a despeito dos banqueiros e amigos do governo salvos com dinheiro público.
A esquerda é a grande incentivadora deste “capitalismo de quadrilha” que existe hoje no Brasil e estes acordões são a prova definitiva disso. O Brasil está vendo como o PT se relaciona com as empreiteiras e não tem qualquer motivo para imaginar que as relações com banqueiros e os plutocratas respeitem uma bússola moral diferente.
Nunca deixe que um esquerdista jogue na sua cara que a direita defende este tipo de relação entre grandes grupos econômicos privados e governos, mesmo que alguns “direitistas” tenham participado destas negociatas. Eu não defendo e quem defender é tudo menos conservador ou liberal. O liberalismo surgiu no séc. XVIII exatamente para combater o mercantilismo que, entre outras idéias absurdas, criava todo tipo de barreira protecionista e salvaguardas, além de financiamentos subsidiados, para as grandes corporações da nobreza.
A economia de mercado não só aceita que empresas quebrem, ela precisa disso como nós precisamos de água. Uma empresa que vai à falência envia informações importantíssimas para toda sociedade sobre o que não fazer na alocação de recursos e torna o sistema como um todo mais inteligente. Uma pizzaria que fecha não acaba com o mercado de pizzas, pelo contrário, ela ensina às outras pizzarias quais erros devem ser evitados, o que é vital para o desenvolvimento do capitalismo.
Quando uma empresa quebra, seus recursos são liberados para serem reutilizados na sociedade em empreendimentos em que há real demanda de consumidores por eles. Uma empresa “salva” artificialmente pelo governo prende estes recursos em negócios ineficientes e a sociedade perde duplamente.
Vamos lá, PT! Deixem os ricos que vocês fingem combater irem à falência! O remédio é amargo no começo, mas é o único que funciona. A mensagem passada para a sociedade é: empresa privada corre riscos e, assim como os lucros, os prejuízos também são privados.
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