Sou um moderado, defensor do liberalismo clássico com pitadas de conservadorismo, cuja marca registrada é a prudência. Minha personalidade rejeita revoluções, radicalismos utópicos, fantasias políticas, messias salvadores da Pátria. Admiro os casos de sucesso dos países de primeiro mundo, resultado de uma receita que mistura império das leis, estado limitado, liberdade econômica e sólidos valores morais. Eis o que funcionou mundo afora.
Toda a minha luta tem sido para levar o Brasil nessa mesma direção. Mas o Brasil cansa. Quem quer que diga que nossas instituições republicanas estão funcionando bem está mentindo — ou para si mesmo, ou, o que é mais provável, para terceiros. Temos atos isolados de Justiça, mas em geral as próprias instituições têm servido para proteger os bandidos perigosos, os corruptos do alto escalão. E aquele que deveria ser o guardião da Constituição parece um dos mais suspeitos nesse esforço pela impunidade. A Segunda Turma do STF aceitou um recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Lula para retirar do juiz Sergio Moro trechos da delação da Odebrecht que narram fatos relativos a investigações em torno do petista. Por decisão de três dos cinco ministros da turma, os documentos serão encaminhados à Justiça Federal de São Paulo.
Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes concordaram com os argumentos dos advogados de Lula, de que os fatos relatados não dizem respeito a crimes relativos à Petrobras e, portanto, à Lava Jato. Pergunto: há muita distinção entre esses ministros e os advogados de Lula? Toffoli, que não passou em concursos para juiz, era advogado do PT antes de ser indicado pelo partido ao STF. Lewandowski é amigo pessoal da família de Lula. E Gilmar Mendes, bem, esse deixo que a própria esquerda diga quem é.
O povo brasileiro viu nessa decisão uma clara sinalização de que a Lava Jato poderá morrer aos poucos, e alguns já falam em Lula livre e até candidato. Se isso acontecer, temo bastante pelo nosso País. As pessoas estão saturadas desse circo, e perceberam que o PT não é um partido, mas uma organização criminosa muito perigosa, cujos tentáculos alcançam diversas instituições importantes, além da mídia. Não aceitaremos o mesmo destino da Venezuela.
O Brasil é um País à beira do caos, quiçá já mergulhado completamente nele (basta pensar na criminalidade). Isso faz com que mesmo pessoas moderadas comecem, por desespero, a pregar medidas extremas como única alternativa restante. Percebo cada vez mais gente séria, de perfil moderado, clamando por uma intervenção militar. É o caminho? Espero que não. Mas se o andar de cima insistir nessa toada, isso poderá ser inevitável. Um país à beira do caos quer uma só coisa: ordem!
Texto originalmente publicado na revista IstoÉ
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