Bene Barbosa, do Movimento Viva Brasil, publicou um excelente texto hoje sobre sua infância feliz e politicamente incorreta. Poderia fazer o mesmo, pois também tive uma infância muito feliz, repleta de brincadeiras como “polícia e ladrão”, “gato mia”, “marco polo” e até “guerra de amêndoas” pelo condomínio. As histórias dos perigos que enfrentávamos não acabariam, e chocariam demais a turma da nova geração, sob a ultra-segurança do paternalismo e do politicamente correto.
Mas em vez de resgatar da memória a minha infância, vou apenas destacar um trecho do artigo de Bene, para voltar depois com a perfeita ilustração da decadência atual:
Em sua autobiografia, G. K. Chesterton afirma que, para decepção de muitos, teve uma infância plenamente feliz. Referia-se o pensador à “moda” de outros pensadores em cantar suas infelicidades e traumas infantis. Tal qual Chesterton, também tive uma infância feliz. Não que não houvessem problemas e dramas familiares que somente já adulto pude entender a gravidade, mas nada disso foi capaz de apagar a alegria presente.
Bons tempos onde o politicamente correto ainda não existia ou, no máximo, começada ainda à florescer no Ocidente, passei incólume por ele e pude “fumar” cigarrinhos de chocolate da PAN, comer muitos Danoninhos que valiam por um bifinho, deixei bilhete de “não esqueça minha Caloi” sem que ninguém se preocupasse se vinha com capacete e joelheira, fiz guerra de mamona com o estilingue feito pelo meu avô, fustiguei os “inimigos” com grãos de milho lançados por armamento feito de bob e bexiga, soltei bombinhas que se comprava em qualquer boteco, fiz fogueira, queimei coisas com a lente de aumento de uma luta, brinquei na lama, tomei chuva e água diretamente da torneira.
Na escola sofri zoações (a horrenda e chata palavra bullying não existia, nem micro-agressões e palavras não machucavam…). A solução veio do meu pai: desce o braço e manda me chamar. Funcionou… E por falar em pai, lembrei da vez que minha mãe, toda preocupada, perguntou para ele se não achava um problema eu só pedir armas de brinquedo de presente. O velho Bene, com a sutiliza de alguém que nasceu em 1919 e cresceu na roça, sentenciou: “vou me preocupar o dia que ele pedir uma boneca!”.
Pois é. Antes o menino ganhava uma arma de brinquedo, um carrinho, e a menina uma boneca. Mas isso era coisa da sua avó! Hoje os pais precisam ser engajados na “ideologia de gênero”, entender que essa coisa de biologia não existe, que o sexo é uma “construção social”, e desafiar os estereótipos “impostos” pela sociedade. Quem disse que rosa é cor de menina e azul de menino? Quem disse, aliás, que existe menino e menina? Existe apenas “meninx”, ora bolas!
E eis o caso lamentável que serve para ilustrar o fundo do poço em que a extrema-esquerda revolucionária “progressista” e politicamente correta chegou, relatado por Leandro Ruschel:
Quando eu chamo os esquerdistas de psicopatas, muita gente diz que exagero. Mas vejam o que fez Luciana Genro… Contou com orgulho que o seu sobrinho pediu um carrinho para brincar e ela deu um carrinho de bebê para meninas, postando ainda a foto da criança vítima da esquerdopatia. É muita maldade.
O que leva uma pessoa a fazer isso? É só para se sentir “prafrentex”, moderninha? É para fingir que está isenta de qualquer preconceito, que aderiu totalmente à era do não-julgamento? “Vejam que lindo! Como sou uma pessoa esclarecida, descolada e sem preconceitos: dei um carrinho rosa de boneca para meu sobrinho pequeno, e em poucos anos ele já poderá ser eleitor do Jean Wyllys!”
Se uma coisa nefasta dessas fosse vista pelo que é, uma aberração de uma mente muito perturbada, tudo bem, eu nem escreveria sobre o assunto. Mas não é este o caso. Sabemos que essa é a tendência atual, que a esquerda tem conseguido, com sua revolução cultural ignorada por muitos liberais e libertários, emplacar esse mindset, essa mentalidade que vem alterando o zeitgeist e criando uma legião de jovens inseguros, confusos, mimados e afeminados. E pensar que os malucos islâmicos vêm aí, e que essa geração terá de enfrentá-los…
Viva os pais que ainda conseguem remar contra a maré vermelha! Viva os pais que não se curvam diante da pressão politicamente correta! Viva os pais que dão armas de brinquedo para seus filhos, em vez de bonecas e carrinhos rosas!
Rodrigo Constantino
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