É certo que seria muito bom o Brasil tivesse pelo menos uma universidade nessa lista, talvez uma grande reforma na educação superior se muito bem executada possa colocar uma de nossas universidades nessa lista, mas não estar em uma lista que é basicamente composta de países ricos não é exatamente um problema sério. O professor Marcelo Hermes Lima mostrou problemas muito mais pertinentes do que não aparecer no ranking das 250 melhores em uma série de textos que escreveu a respeito do impacto da pesquisa realizada no Brasil (ver, por exemplo, aqui e aqui).
Para o próximo exercício considerei as mil melhores universidades e selecionei as que estão em países de renda média-alta. Das mil melhores universidades do mundo 177 estão em países de renda média-alta, em primeiro lugar disparado aparece a China com 65 universidades, em segundo lugar o Irã com 21 universidades, em terceiro lugar a Rússia com 17, em quarto o Brasil com 15 e em quinto a Turquia com 12. Dos cinquenta e seis países de renda média-alta apenas 21 possuem universidades entre as mil melhores do mundo e destes o Brasil é o quarto país com maior número de universidades. A figura abaixo mostra a distribuição das mil melhores universidades localizadas em países de renda média-alta.
Um último ponto que quero registrar foi algo que me chamou atenção enquanto eu preparava os dados para esse artigo. Dentre as mil melhores universidades do mundo apenas cinquenta e cinco possuem mais de cinquenta mil alunos, destas a USP aparece na nona posição. Não sei como o número de aluno interfere na avaliação de uma universidade, mas o fato de dentre as cem melhores universidades do mundo apenas quatro contarem com mais de cinquenta mil alunos sugere que com mais alunos é mais difícil conseguir uma boa colocação no ranking. Se esse for o caso podemos nos encontrar diante de uma escolha complicada entre melhorar a classificação de nossas universidades ou ter mais alunos em nossas boas universidades. Não tenho uma resposta pronta, mas, a princípio, suspeito que a segunda opção seja melhor para a maioria dos brasileiros.