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Por Luan Sperandio Teixeira, publicado pelo Instituto Liberal

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Apesar de relevantes avanços no campo político, não será exclusivamente por meio da política que salvaremos o país. Isso porque o problema brasileiro não é tão somente político e institucional, mas principalmente cultural – vide a evidente doutrinação ideológica nas escolas, passando pela preferência de carreira dos jovens da próxima geração.

A “geração concurso público”, estimulada por estabilidade[1], salários atrativos (os funcionários públicos federais estão no grupo 1% mais rico do país)[2], privilégios, e sem as pressões inerentes à geração de valor demandada na iniciativa privada chegou a ser o sonho da maioria dos brasileiros.

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No entanto, verifica-se gradualmente um enfraquecimento desse fenômeno de querer trabalhar para o Estado, dando espaço para a ascensão de jovens que sonham em empreender. Inicialmente porque com as contas públicas no vermelho, a oferta de vagas por meio de novos concursos públicos vem perdendo a força, após mais de uma década e meia de notório crescimento e aparelhamento estatal – sem que houvesse melhoria correspondente dos serviços públicos, vale dizer.

Ademais, a própria crise econômica, ao que tudo indica a pior de nossa história[3], vem estimulando muitas pessoas a empreenderem: recentemente, a taxa de empreendedorismo brasileiro chegou a quase 40%[4], superior a potências como Estados Unidos e Alemanha.

Segundo estudo[5] sobre os líderes mais admirados pelos jovens brasileiros, encabeçam a relação Flávio Augusto, Jorge Paulo Lemann, Sílvio Santos, Roberto Justus, Bel Pesce, todos ícones empreendedores, indicando que o papel desempenhado por eles vem crescendo, passando a inspirar e influenciar os jovens brasileiros. Um exemplo disso é a trajetória de Flávio Augusto, empreendedor que saiu do subúrbio do Rio de Janeiro para um patrimônio superior a R$ 1 bilhão.

Além disso, a reprodução da ideia de que “o estado nada produz” e de “quem gera valor é a iniciativa privada” tende a aumentar esse fenômeno do empreendedorismo. Já no meio acadêmico, entidades ligadas ao Movimento Empresa Júnior, aos Estudantes pela Liberdade e a Aiesec, entre outras instituições, tem formado um ambiente propício para  criação de fortes valores, como meritocracia, compromisso com resultados e valorização do empreendedorismo, com a riqueza antes sempre discriminada passando a ser por aqui admirada.

Apesar da década perdida, é possível crer, analisando a história desses empreendedores e suas respectivas superações diante de dificuldades de toda sorte, que há potencial para inspirar milhões de jovens a fim de romper-se o paradigma que sempre norteou nossa cultura: o estatismo. Nesse sentido, sem dúvidas, melhores dias virão a partir da formação dessa nova cultura empreendedora.

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[1] O filósofo Luiz Felipe Pondé em “A Era do Ressentimento” sustenta que a busca pela estabilidade é reflexo de uma geração covarde e que foge dos riscos inerentes ao mercado, que demanda certo nível de maturidade e resiliência para qual muitos não estão prontos.

[2] http://mercadopopular.org/2015/09/a-elite-servidores-na-republica-dos-concurseiros/

[3] http://mercadopopular.org/2016/03/economia-brasileira-deve-encolher-37-em-2016-tornando-crise-a-pior-da-historia/

[4] http://startse.infomoney.com.br/portal/2016/02/24/17236/brasil-mais-empreendededor-do-que-pases-como-eua-e-alemanha/

[5] http://www.ciadetalentos.com.br/imprensa/os-10-lideres-brasileiros-mais-admirados-pelos-jovens

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