Por Marcia Rozenthal, publicado pelo Instituto Liberal
Há árvores, vivas até hoje, que datam de mais de 5 mil anos. Suas presenças seduzem, intrigam e instigam as mentes curiosas. Raízes profundas, troncos largos, galhos entrelaçados e abertos, trocam suas folhas a cada estação. Já presenciaram vários “mundos”, que emergiram súbita ou insidiosamente do ventre de seus antecessores. Testemunhas mudas do que fomos, somos, e provavelmente do que viremos a ser. Certamente sobreviverão àquilo que nos levará daqui.
Um povo também se desenvolve a partir de suas raízes. É através delas que extrai a seiva que alimenta sua alma, composta pela sua história e memória. E é sobre estas estruturas que seu corpo se desenvolve e sustenta. Quanto maior a força do geotropismo, mais difícil é extirpar-lhe a existência. Seus indivíduos, como galhos de uma árvore, se vão com o desgaste do tempo ou com as mudanças de estação. Entretanto, quando suas fundações são fortes, sua existência é certa e ele se renova com graciosidade a cada novo ciclo.
O povo judeu é uma árvore milenar, consciente de que sua sustentação está em suas raízes históricas e na terra onde estas penetraram, de forma vigorosa, já no início de sua jornada. Como tudo o que é longevo, já lidou com o mal nas suas várias formas, e sobreviveu a todas elas. Já cortaram seus galhos, serraram seu tronco, e no dia 02 de maio de 2017, sob uma máscara satânica que se denomina UNESCO, tentaram amputar suas raízes.
Quem estaria por trás dessa iniciativa?
Pessoas mal-intencionadas, que proclamam, nas entrelinhas de um discurso do absurdo, sua meta em construir um mundo hidropônico, desprovido de história, memória e princípios, para que assim possam facilmente dominá-lo. Para elas, o povo judeu e Israel representam uma síntese daquilo que querem destruir para sempre.
Pessoas que, na sua arrogância mimada, não sabem olhar uma árvore frondosa e lhe prestar o devido respeito. Abraçam-na por modismo, mas não se perguntam como ela sobreviveu à chuva, ao sol, aos raios, à seca sem ter tido sequer um teto que a escudasse.
Pessoas cínicas, que se arvoram em proteger ovos de tartaruga, baleias e animais silvestres e que desprezam o valor intrínseco e sublime do princípio de uma vida humana.
Pessoas que discriminam descaradamente o sobrevivente, e que apodrecem com desvelos o refugiado.
Pessoas cegas ao simbolismo da perenidade, insensíveis aos valores absolutos, que querem criar um mundo cada vez mais descartável e relativizado.
O “Brasil” votou na UNESCO a favor de mais uma macabra tentativa de negar os laços entre o povo judeu e a cidade de Jerusalém. Algo tão absurdo como negar à árvore a relação com sua raiz. O povo judeu é umbilicalmente ligado à cidade de Jerusalém, e não há decreto ou voto que possa mudar essa realidade. Posso crer que essa ideia seja complexa para mentes comezinhas, já que é uma realidade que ultrapassa a concreta noção de tempo e de espaço do cotidiano.
Desprezo a UNESCO pelo simples fato de ter abrigado tal querela.
Como brasileira gostaria de dizer que este voto não me representa. E que esse voto vale tanto quanto a palavra de quem o deu. O Brasil no dia 02 de maio de 2017 é governado por uma casta, para quem a palavra nada vale, a mentira é inócua e a falta de sintonia com valores morais é a regra.
Os países que votaram como o Brasil na UNESCO participam de um verdadeiro complô, que visa à criação de um mundo hidropônico, onde raízes flutuam na água.
Dizer mais o quê?
Sobre a autora: Marcia Rozenthal é neuropsiquiatria e doutora em psiquiatria.
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