Caro leitor, quando dois países entram em guerra, qual a primeira coisa que tentam fazer contra seu inimigo? Acertou quem respondeu “tentam fechar o acesso do país aos mercados globais, dificultando a entrada de suprimentos”. Ou seja, um dos primeiros objetivos numa guerra é isolar o adversário do mundo, impedindo seu comércio com outros países. Agora pense comigo: quão absurdo é quando o próprio governo do país, em temos de paz, adota a mesma medida contra seu povo?
Pois é exatamente isso que fazem os protecionistas. Ao encarecerem os bens importados, ao tirarem recursos dos trabalhadores para subsidiar empresas nacionais menos eficientes, ao criarem inúmeras barreiras que dificultam o acesso do povo aos produtos feitos em outros países, os governos protecionistas punem seus próprios consumidores, agem de forma similar a um inimigo em tempos de guerra. Foi isso que o PT fez.
E agora o ato pune duplamente o país. Primeiro, pelo próprio protecionismo. Segundo, porque os demais países entram com acusações na OMC e pedem a punição do Brasil por conta de seu protecionismo, como fez a União Europeia em documento com mais de 3 mil páginas de evidências:
A União Europeia apresentou aos juízes da Organização Mundial do Comércio (OMC) um documento de mais de 3.000 páginas contestando as políticas de protecionismo da indústria brasileira adotadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo reportagem do jornal Valor Econômico publicada nesta quinta-feira, a primeira petição europeia tem 396 páginas de argumentação jurídica sobre o que considera violações às normas da OMC por parte do governo brasileiro.
Também há mais de 200 documentos anexados, que totalizam mais de 2.500 páginas, listando as provas dos descumprimentos das regras, que consistem em leis, portarias e outras medidas implementadas para proteger as empresas nacionais que, segundo a UE, ferem a competitividade do mercado e prejudicam o consumidor brasileiro, que acaba pagando por produtos mais caros.
No texto, a UE pede à OMC a condenação do Brasil por discriminação a produtos estrangeiros, uso de subsídios vinculados à exportação e ao conteúdo local, e programas que beneficiam os setores automotivo, eletrônico, e de máquinas de uso profissional ou industrial.
[…]
A pressão sobre o Brasil cresceu quando, além da UE, o Japão decidiu abrir sua própria ação contra a política industrial brasileira. Fontes a par do assunto afirmam que nem o Japão nem a Europa apontam quanto tiveram de prejuízo por causa das medidas brasileiras.
A contestação desses países tem também o objetivo de evitar que o exemplo do Brasil seja seguido por outros emergentes, como Rússia e China, por exemplo.
A UE está certa, claro. O governo brasileiro apelou e abusou das práticas protecionistas, impedindo o livre comércio, dificultando de forma ilegítima o acesso dos brasileiros aos produtos importados, concedendo privilégios e subsídios a grandes grupos nacionais, etc. Trata-se de um ranço ideológico dos tempos do mercantilismo, já devidamente refutado por Adam Smith em 1776!
Mas os petistas nunca aprendem, e misturam seu esquerdismo estatizante com um nacionalismo protecionista que resulta apenas no empobrecimento dos brasileiros. O BNDES fez a alegria de poucos empresários próximos do poder, mas o povo pagou a conta. Um carro importado do Japão chega ao Brasil pelo dobro ou mesmo o triplo do preço que chega aos Estados Unidos. O mesmo vale para computadores e eletrônicos em geral, insumos básicos na era da informação.
É o nosso governo agindo para prejudicar os brasileiros, como se fosse um inimigo em guerra. O Brasil não precisa de inimigos externos, tampouco de uma guerra. Ele já tem o PT…
Rodrigo Constantino
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