Ela foi a casa do Prêmio Nobel Milton Friedman. Foi a casa do Prêmio Nobel George Stigler. Foi a casa do Prêmio Nobel Gary Becker. De Coase. E de tantos outros! E isso só para ficar em minha área, a economia. A lista completa pode ser vista aqui. Falo, claro, da Universidade de Chicago, líder quando o assunto é Prêmio Nobel de Economia. Mas uma marca dessas não se conquista sem muito esforço e, acima de tudo, sem um ambiente estimulante para quem realmente quer pensar.
É o que fica claro com a carta que a Universidade de Chicago enviou para a turma de 2020, alertando que não era para os novos alunos esperarem “trigger warnings” ou “safe spaces” durante seus estudos, ou seja, trocando em miúdos e apertando a tecla SAP: não esperem que o mimimi dessa geração fresca, que enxerga “ofensa” em tudo, seja atendido pela Universidade, pois aqui o debate é livre!
A universidade enviou uma carta do reitor Jay Ellison para a classe de 2020, dizendo-lhes que uma de suas características definidoras é “o compromisso com a liberdade de investigação e de expressão”.
“Você vai descobrir que esperamos que os membros da nossa comunidade se engajem em debates rigorosos, discussões, e até mesmo desacordo. Às vezes isso pode desafiá-lo e até mesmo causar desconforto”, afirma a carta.
“Nosso compromisso com a liberdade acadêmica significa que nós não suportamos os chamados ‘trigger warnings’, nós não cancelamos oradores convidados porque seus temas podem revelar-se controversos, e nós não toleramos a criação de ‘espaços seguros’ intelectuais onde as pessoas podem se abrigar de ideias e perspectivas em desacordo com a sua própria”, acrescentou Ellison.
É ou não de tirar o chapéu? Ainda mais quando sabemos que a ditadura do politicamente correto, essa praga da era moderna, invadiu todas as universidades mundo afora, inclusive e principalmente as americanas. Ben Shapiro, jovem pensador conservador, tem sido vetado em certas universidades, que alegam “questão de segurança”. Mas terroristas comunistas ou islâmicos podem não só palestrar, como dar aulas.
Claro que a censura é seletiva. O politicamente correto, afinal, é uma seita esquerdista. E esses chorões que se sentem no direito de não ficar “ofendidos” são sempre esquerdinhas, gritando para que pensadores conservadores sejam barrados.
Vivemos tempos tão asfixiantes que o reitor de Harvard perdeu seu emprego só ao comentar que homens pareciam ter maiores aptidões que mulheres nas Ciências Exatas, uma tese corroborada por fatos. Mas no mundo moderno não pode. É preconceituoso, ofensivo. E dane-se se for também verdade, não é mesmo?
Nesse contexto, só temos a aplaudir a decisão da Universidade de Chicago. Não se cria um ambiente propício para o avanço da ciência, do conhecimento objetivo, com “espaços seguros” para covardes, que querem se proteger de qualquer ideia que lhes pareça “ofensiva”.
Chicago vai continuar, assim, entregando ao mundo muito conhecimento novo, e sendo reconhecida por isso. Outras universidades, infelizmente, vão produzir cada vez mais autômatos politicamente corretos, gente ridícula que fala, por exemplo, em “identidade de gênero” como se fosse algo realmente científico. Que piada!
Rodrigo Constantino