A pressão para que empresas de Internet removam o discurso de ódio se concentrou em uma área influente neste início de semana quando o serviço de domínios e hospedagem de sites, a GoDaddy, baniu um proeminente site neonazista logo após os confrontos violentos do fim de semana em Charlottesville.
O movimento da GoDaddy, que registra domínios da web para 71 milhões de sites em todo o mundo, é o mais recente e talvez indicativo mais forte do quão comprometidas as empresas de tecnologia estão a em responder as críticas do público de que seus serviços estão sendo usados para facilitar o racismo e a supremacia branca. Embora as empresas do Vale do Silício historicamente sejam resistentes ao policiamento do conteúdo que recebem, no atual clima político norte-americano elas vêm sofrendo forte pressão para assumir uma posição — e parecem estar cedendo pelo menos em alguma medida.
“Isso pode muito bem significar que o senso de responsabilidade entre as empresas de tecnologia está se aprofundando”, disse Susan Benesch, diretora do Dangerous Speech Project, um grupo sem fins lucrativos que pesquisa a interseção de conteúdo danoso publicado na Internet e liberdade de expressão. “Eles estão sob uma pressão gigantesca para resolver esse problema, e eles estão reagindo como nunca antes”.
Na segunda-feira (14), a GoDaddy baniu o site neonazista The Daily Stormer de seus sistemas, citando políticas da empresa que proíbem sites de publicarem discursos que incitem a “violência contra pessoas”.
Banir sites neonazistas? Filtrar discursos de ódio? Tudo muito legítimo, apesar de levantar um bom debate sobre os limites da liberdade de expressão e as ameaças de censura. Mas cabe perguntar: somente um lado terá o discurso de ódio banido? Se o discurso de ódio vem da esquerda, se o racismo vem de negros, então tudo bem?
Por que a mídia nunca cobrou de Obama que condenasse a violência do Black Lives Matter? Por que esse caso de Charlottesville está tendo tão mais cobertura da imprensa do que aquele do maluco ligado a Bernie Sanders que atirou em senadores republicanos? Por que associam direita a nazismo se uma coisa não tem nada a ver com a outra?
Vivemos na era da revolução das vítimas, da marcha das minorias oprimidas, e uma elite culpada age como idiota útil dos revolucionários de esquerda, dos “progressistas”, apenas socialistas disfarçados. Quem não entendeu ainda que essa é “a” guerra cultural em curso não entendeu muita coisa do mundo moderno.
Por que o duplo padrão? Por que tanta hipocrisia? Está na hora de acordar para conhecer o inimigo, caso contrário seremos inocentes úteis. Sun Tsu, em A arte da guerra, diz que conhecer seu inimigo é o passo básico de qualquer guerra. E estamos em guerra, uma guerra cultural, em que o politicamente correto esquerdista está vencendo de goleada.
Duvida? Acha que exagero? Então já se questionou por que o Black Lives Matter pode abertamente demonizar todos os brancos como se fossem “demônios”, pode até mesmo ter membros que pedem a morte de crianças brancas, que a imprensa jamais irá jogar todos no mesmo saco, enquanto o presidente “progressista” se recusava a condenar o grupo como racista, mesmo com a morte de policiais, preferindo receber suas lideranças na Casa Branca e repetir que o movimento é uma “coisa boa”? Já se perguntou sobre os motivos disso?
A violência da extrema-esquerda é “redentora”, é uma “reparação” contra injustiças passadas, é “justiça social”. Não obstante esse ser exatamente o discurso dos nazistas, resta perguntar: ódio se combate com ódio? Injustiça com injustiça? Quando movimentos negros pedem a morte de brancos, ou rotulam todos como “demônios”, isso não é disseminar um discurso de ódio? Há, então, o “ódio do bem”? Quando black blocs mascarados quebram tudo ou matam um cinegrafista, isso é aceitável? Quando “antifas” impedem palestras de conservadores usando violência, isso é tolerável?
Sabemos que a esquerda fomenta não só o ódio, como a violência, a confusão deliberada. Mesmo esse episódio de Charlottesville está envolto em suspeitas, já que muitos democratas são ligados tanto ao governo como aos movimentos negros, e parecem ter feito de tudo para impedir uma ação preventiva da política, mesmo com grupos antagônicos marcando manifestações conjuntas. É quase como se eles quisessem alguma tragédia…
E não seria surpresa para quem conhece história. A esquerda radical sempre fomentou esse tipo de situação, justamente para bancar a vítima depois e avançar com sua agenda. Tem gente que nem sabe que Obama foi um agitador profissional em Chicago, aluno do radical Saul Alinsky. Obama é tratado como um moderado pela mídia, e muitos caem nessa ladainha. Como debater política assim, diante de tanta ignorância e desinformação?
Leandro Ruschel escreveu um excelente texto sobre o caso de Charlottesville, em que levanta pontos sensíveis ignorados pela imprensa. Mas ele foi censurado no Facebook! Um texto centrado, moderado, com argumentos e fatos. Não há nenhum discurso de ódio ali, nenhuma apologia ao crime, ao contrário do que faz a extrema-esquerda. Isso deixa claro o duplo padrão, o viés não só da imprensa, como também dos que controlam as redes sociais. Diz Ruschel:
De qualquer forma, o objetivo dos Democratas foi atingido, eles tem agora uma narrativa que inverte a situação, traçando a direita como um bando de neo-nazis saudosistas da escravidão que enxergam em Trump um líder, enquanto os “antifascistas” que quebram e matam nas ruas, querendo impor violentamente a sua opinião, em conjunto com os racistas do “Black Lives Matter”, que chegam a defender abertamente a morte de brancos, são os defensores da liberdade.
[…]
A criminalização da história é típica de regimes totalitário, os soviéticos criaram todo um departamento especializado em reescrever passagens e até manipular registros, para apagar acontecimentos, obviamente contando só uma parte da verdade, aquela que beneficiava o regime.
É simplesmente absurdo condenar uma raça por crimes que aconteceram no passado, especialmente quando esses crimes foram perpetrados por todas as raças em todos os tempos. Não é nosso objetivo aqui discorrer sobre isso, até porque é uma longa exposição necessária.
[…]
O que temos é uma luta política, onde a esquerda promove a violência e controla a narrativa, gerando a supressão da liberdade através da camisa de força do politicamente correto, não só enganando as pessoas, mas criminalizando qualquer opinião contrária às suas agendas.
Vale a pena deixar registrado que tanto o Black Lives Matter quanto o Antifa são financiados por George Soros, que multiplicou por três essas verbas desde que Trump foi eleito.
Ele, junto com outros democratas, já expressou o desejo de acabar com o mandato de Trump por todos os meios possíveis, aparentemente violência e mortes fazem parte desses meios.
A esquerda radical nunca mediu esforços para atingir seus objetivos, pois considera que seus “nobres” fins justificam quaisquer meios. Por isso a “tirania do bem” é ainda mais perigosa do que a pura tirania, como sabia C.S. Lewis. Por isso Alain Besançon concluiu, em A infelicidade do século, que o comunismo é ainda pior do que seu primo de sangue, o nazismo:
O comunismo é mais perverso que o nazismo porque ele não pede ao homem que atue conscientemente como um criminoso, mas, ao contrário, se serve do espírito de justiça e de bondade que se estendeu por toda a terra para difundir em toda a terra o mal. Cada experiência comunista é recomeçada na inocência.
Há controvérsias se dá para alegar tanta inocência assim em pleno século XXI. Mas pelo visto é o caso mesmo, já que muitas pessoas aparentemente razoáveis, com boas intenções, caem nessa narrativa “progressista”, demonstrando toda a sua indignação (correta) contra nazistas e fascistas “de direita”, mas fazendo vista grossa aos raivosos esquerdistas, que espalham ódio e violência em nome do bem, pregando “diversidade” e “tolerância”, enquanto praticam seu extremo oposto.
Trump foi cobrado por todos para condenar com veemência os supremacistas brancos, e assim o fez. Obama não foi cobrado por ninguém para condenar com veemência os racistas negros, e tampouco o fez, preferindo o contrário: elogiar o movimento, que “não tem nada a ver” com essas “minorias” violentas. O duplo padrão salta aos olhos. Só não vê quem não quer. O problema é que muitos não querem, pois é mais fofo e cool condenar os fascistas de “direita”, mas não dar um pio contra os fascistas de esquerda.
Rodrigo Constantino
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