Durante mais de oito horas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, respondeu a questionamentos de parlamentares esta semana sobre a reforma previdenciária, buscando reforçar o discurso de que o projeto combate privilégios e reduz desigualdades. Dados como o de que os 15% mais ricos acumulam 47% da renda previdenciária foram usados para exemplificar o desequilíbrio do sistema atual.
“A velha Previdência é uma fábrica de privilégios”, destacou Guedes. Segundo o ministro, o atual sistema está condenado, pois hoje o país conta com sete jovens para cada idoso. Em 2060, a proporção será de 2,35 por aposentado.
Enquanto Guedes levou fatos e argumentos, a turma de sempre queria apenas tumultuar. Guedes conseguiu manter a calma quase o tempo todo, mas explodiu em alguns momentos e colocou os petistas em seus devidos lugares, lembrando da corrupção e do legado do desemprego. A presença de Guedes ali é como jogar pérolas aos porcos. Mas como se trata de uma democracia representativa, faz parte: os irresponsáveis, safados e oportunistas também possuem representação no Congresso, afinal de contas.
Enquanto isso, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou nesta quinta-feira não ter dúvidas de que o relatório da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência será votado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados no fim de maio ou começo de junho. “A apresentação (na Comissão Especial) mostrou que a mensagem que é dada para a Nova Previdência é que ela é como se fosse um remédio para criança. Ela pode até não gostar do gosto do remédio, mas aquilo vai fazer com que ela cresça, se restabeleça”, disse Marinho.
Espera-se que Marinho esteja certo quanto aos prazos e ao grau de aceitação da necessidade da reforma. Porque ao julgar pela decisão do Congresso sobre o Coaf, retirado da pasta de Sergio Moro, fica complicado confiar nessa turma. Aqueles que se intitulam “progressistas” lutam com afinco para impedir nosso progresso.
Rodrigo Constantino