Muitos já leram o paper ou viram o novo vídeo da Empiricus chamado “Calote”. Há um tom apocalíptico de Felipe Miranda que se tornou a marca registrada da empresa. Mas o primeiro alerta pessimista se mostrou acertado, vale notar, quando falaram em “destruição do Brasil”.
Na verdade, costumo dizer que o Pessimildo, aquele personagem criado por João Santana, o marqueteiro de Dilma, para ridicularizar os que faziam alertas sombrios, mostrou-se no fundo um Poliana ou um Pangloss. Era o “Otimildo”, afinal, pois ninguém imaginava uma deterioração tão rápida (nem eu, e quem me acompanha sabe como estou pessimista com o Brasil há tempo).
O PT sempre é capaz de nos surpreender (negativamente). Mas eis que agora os alertas não se limitam às rodas de economistas do mercado financeiro ou a blogueiros antipetistas “radicais”. A jornalista Malu Gaspar, da VEJA, escreveu um texto na Piauí em que traz à tona o assunto “moratória”:
Quem acompanha o debate econômico no Brasil começou a perceber uma inflexão no discurso dos analistas mais críticos ao governo de Dilma Rousseff. Desastre fiscal, dívida explosiva, destruição de valor e até um alçapão que nos espera debaixo do fundo do poço passaram a compor o repertório da crise. A expressão ainda oculta nesse caldeirão de jargões econômicos é… moratória. Em última análise, é esse o temor dos economistas que falam em dívida insustentável. A questão é que, no Brasil, falar em moratória ainda é mais ou menos como evocar o Voldemort de Harry Potter – aquele-que-não-deve-ser-nomeado, para que não apareça por aí assombrando todo mundo. Não custa lembrar que as palavras ainda não adquiriram o condão de alterar a realidade.
Segundo os dicionários econômicos, a moratória se dá quando um devedor posterga o pagamento de uma dívida ou obrigação, de forma negociada ou unilateral. O Brasil já fez duas no passado recente – uma em 1987, sobre a dívida externa, e outra em 1990, sobre a dívida interna, quando Collor confiscou a poupança. E já está acontecendo em pelo menos dez estados, alguns dos quais importantes, como Rio de Janeiro, Minas Gerais ou Rio Grande do Sul, que deixaram de pagar o funcionalismo e/ou confiscaram depósitos judiciais – e agora tentam conseguir mais dinheiro com a União.
No caso do governo federal, quem olha os indicadores sente calafrios. A dívida, que hoje corresponde a 66% do PIB, não pára de crescer e, segundo as estimativas mais confiáveis, chegará a mais de 80% do PIB até 2018. Não haveria grande problema no fato de o Brasil ter uma dívida tão alta se não fossem os juros. Os Estados Unidos devem perto de 100% do PIB e o Japão, 245%, e ninguém está muito preocupado. Acontece que esses países tem juros próximos de zero ou negativos, e os juros brasileiros são de 14,25% ao ano (ou 7%, descontada a inflação), o que faz a brincadeira ficar muito cara.
E a mensagem foi endossada por Mansueto Almeida, especialista em Contas Públicas com perfil político-ideológico bem moderado, ligado aos tucanos da social-democracia esquerdista:
Se você falasse sobre a possibilidade de calote da dívida publica, ou restruturação forçada, há cerca de dois anos você seria considerado doido. Mas isso foi há dois anos. Hoje, se você falar sobre o mesmo assunto já não será considerado louco.
O assunto é chato e ninguém gosta de falar de “calote”. Alguns chamam de encurtamento da divida, monetização da dívida, reestruturação da divida, etc. Mas todos estão falando da mesma coisa: se a dívida continuar crescendo nessa velocidade e não fizermos nada, ……..Lorde Voldemort pode voltar.
Dívida Pública Bruta do Governo Geral – % do PIB – 2012-2015
Não é brincadeira! O PT quebrou o Brasil mesmo. Estamos falando novamente em moratória, em calote da dívida, ainda que disfarçado. Foram anos de irresponsabilidade, incompetência e corrupção. E eis o resultado do “governo dos pobres”: ferrou com a vida dos mais pobres! Sim, você não achou que o calote afetaria apenas os ricos, achou? Basta ver a Argentina para entender o que isso significa para o povo. É muito triste. É revoltante!
E mais revoltante ainda é ver que os causadores dessa bagunça ainda estão no poder ou dando entrevistas como “especialistas” para apontar o que deve ser feito para sairmos da crise que eles nos meteram. Quem pode ter vontade de escutar uma só palavra de Belluzzo? Ou de Bresser-Pereira? Ou de Conceição Tavares? Ou de qualquer um da Unicamp? São cúmplices dessa lambança. São os pais do monstro, com seu “desenvolvimentismo nacionalista”, com sua “nova matriz macroeconômica”.
Eles acabaram com o futuro de milhões de brasileiros, e posam de “experts” em economia. São umas antas! São uns idiotas! É o que a ideologia pode fazer com uma pessoa: corroer o cérebro até restar apenas o vácuo. Se estamos nessa confusão toda, isso é culpa exclusiva desse governo petista e de seus assessores econômicos. Vamos pedir a receita do remédio para quem nos deu o veneno e causou a doença ou para quem estava alertando desde os tempos da euforia artificial que ia “dar ruim”?
Rodrigo Constantino
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