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Rebati aqui o artigo com tom ufanista publicado no Estadão pelo humorista Fábio Porchat. Segundo o comediante, o Brasil tem problemas sim, mas a Copa vai ser um sucesso, e nossos problemas não seriam tão diferentes assim daqueles de países do primeiro mundo.

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Uma visão tão otimista assim, diante de uma realidade tão contrastante, soa um tanto estranha. Teria alguma ligação com o fato de Porchat ser um garoto-propaganda da estatal Caixa Econômica Federal, aquela que fomenta uma bolha imobiliária brasileira?

httpv://youtu.be/gYkW2uJp89c

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Deixo a conclusão com o leitor. Pode ser que seja mera coincidência, ou não. Mas aproveito para lembrar um dos pontos que mais bati em Esquerda Caviar, o primeiro dos 20 itens que levantei como possível origem do fenômeno: a simbiose entre artistas e governo.

Quando o estado é o mecenas das artes, os artistas são seus reféns, e perdem a autonomia, a independência, fundamental para o ofício, crítico por natureza. No Brasil, o elo entre tetas estatais e classe artística já virou umbilical. É indecoroso.

O sócio de Porchat no “Porta dos Fundos”, Gregório Duvivier, chegou a escrever um texto defendendo as gordas verbas públicas no setor das artes. O grupo é cada vez mais “mainstream”, o que leva a essa natural, porém condenável aproximação com o governo.

Tenho sérias dúvidas se os humoristas terão liberdade para tecer duras críticas ao governo na frente. Talvez tenham que focar mais em piadas sobre Jesus Cristo, pois no Ocidente é muito fácil meter o pau na Igreja Católica. Há ampla liberdade para isso, e é até visto como “cool” pela esquerda caviar.

Quero ver descer o sarrafo no PT ou no Islã, isso sim. Ou fazer as necessárias críticas à organização e roubalheira da Copa em nosso país. Ufanismo tolo de quem “foi pra Caixa” é fácil. Mas prefiro a liberdade de dizer o que penso sobre os desmandos de nosso governo, a irresponsabilidade na gestão da própria Caixa e os males que assolam nosso país. Isso não tem preço…

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