A 44ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro determinou, por meio de uma decisão da juíza Joana de Mattos Colares, que a Record recontrate cerca de 600 profissionais demitidos no final do ano passado no RecNov, complexo de estúdios da emissora no Rio.
O prazo dado foi de 20 dias e, além das recontratações, a emissora está proibida de realizar novas demissões em massa com pena de multa diária de R$ 500 por trabalhador. Procurada, a Record não se pronunciou sobre o assunto. Cabe recurso da emissora sobre a decisão da Justiça.
Segundo a Folha de S.Paulo, o parecer da juíza foi possível em atendimento ao pedido do Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro que alegou que a dispensa coletiva é ilegal.
“O encerramento de atividades televisivas, além de não comprovado, não exclui a emissora de uma negociação coletiva com o objetivo de minimizar os prejuízos aos trabalhadores”, disse a juíza em sua decisão.
Já comentei o caso esdrúxulo aqui, mostrando qual é o método petista de combate ao desemprego: proibir a demissão. É algo bizarro, assustador. Isso num país escandinavo seria impossível. Lá, ao contrário do Brasil, há flexibilidade trabalhista. O Brasil é socialista mesmo. O estado decide, em conluio com sindicatos poderosos, quem pode ou não ser demitido. Ou seja, a propriedade de facto não é mais privada, e sim pública, estatal.
Quando eu atuava no mercado financeiro (saudades!), meu chefe cobrava de mim o poder da síntese. Ou seja, eu ia para Moscou, passava duas semanas lá visitando empresas, analisando balanços, conversando com analistas, e tinha que retornar com um resumo didático, com uma mensagem breve e fácil de ser compreendida pelos gestores, já que tempo é coisa escassa e valiosa.
Nesse sentido, tiro o chapéu para meu amigo Alexandre Borges, que vem da área de publicidade. Ele tem tiradas ótimas que sintetizam com perfeição algumas coisas. E no caso dessa notícia ridícula, ele postou apenas isso em sua página do Facebook: Venezuela do sul. Precisa dizer mais alguma coisa?
Rodrigo Constantino