Já perdi a conta de quantas vezes fui no Fórum da Liberdade, o maior evento liberal da América Latina, organizado pelo Instituto de Estudos Empresariais. Sempre aprendo muito, além de ficar feliz por ver que não somos tão poucos assim. Mas dessa vez confesso que fiquei surpreso com o clima. Havia algo de diferente no ar. Muitos jovens transparecendo um fato novo: ser de vanguarda, hoje, significa ser liberal. Isso é ser cool agora, não usar uma camisa do Che (atestado de estupidez).
Nunca antes na história deste país os liberais tiveram uma oportunidade tão boa para virar o jogo e disseminar mais as ideias e valores do liberalismo. O ambiente é propício, o solo está fértil para alternativas contra o excesso de intervenção estatal. A própria fadiga da esquerda no poder, envolta em infindáveis escândalos de corrupção e com um governo incompetente, ajuda nisso. A bola está quicando e é preciso chutá-la a gol.
As palestras, em geral, foram excelentes. Logo na noite de abertura tivemos um belo discurso do jornalista William Waack, vencedor do prêmio Liberdade de Imprensa, pedindo mais indivíduo e menos estado. Em seguida, o senador Ronaldo Caiado foi firme e mostrou que ainda há oposição nesse país, ao rechaçar os “cinquenta tons de vermelho” de nossa política e garantir que continuará lutando contra o projeto totalitário do PT. Citou o programa Mais Médicos como uma estratégia bolivariana, o Foro de São Paulo como instrumento que tem servido aos interesses dos socialistas que já elegeram vários governantes no continente, e pediu mais ação por parte daqueles que querem reagir e impedir tal destino no Brasil.
A performance de Gloria Alvarez, a guatemalteca cujo discurso sobre populismo e republicanismo viralizou na internet recentemente, foi espetacular. Autores como Bastiat, Ayn Rand e Adam Smith serviram para embasar uma palestra que, acima de tudo, foi empolgante, pela forma de expressar valores tão caros aos liberais e atacar os “direitos” distribuídos pelo estado que significam, na prática, a escravidão dos demais.
O painel final, que contou com as participações dos jovens Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre, e Marcel Van Hattem, deputado estadual, foi nitroglicerina pura. Em um ambiente normalmente mais intelectual e menos afeito aos gritos de guerra políticos, a plateia não conseguiu se conter e bradou em coro um “Fora PT” de arrepiar. Ninguém aguenta mais o lulopetismo destruindo nosso país.
E é por isso mesmo que nós, liberais, precisamos, agora mais que nunca, arregaçar as mangas e trabalhar duro para manter essa chama acesa. Muitos estão indignados, revoltados, mas precisam de mais conteúdo para compreender melhor os motivos que nos trouxeram até aqui, e quais as soluções propostas. Não podemos deixar que uma esquerda ainda mais radical acuse o PT de “neoliberal” para, uma vez mais, livrar do esquerdismo a culpa por seus estragos. Não podemos deixar que essa revolta seja canalizada para aventuras populistas, de esquerda ou de direita, que destruam nossas liberdades ainda mais.
É preciso dar à liberdade uma chance. O liberalismo nunca foi experimentado no Brasil, um pais sempre dominado pela mentalidade coletivista e estatizante. É hora de reverter esse quadro, de os liberais se organizarem melhor, conquistarem mais adeptos com base no poder de persuasão de nossos argumentos, e também sabendo embalar melhor a mensagem, com um apelo emocional um pouco maior.
A paixão pela liberdade é uma mola propulsora sem igual, que precisa ser trabalhada pelos liberais. Não me lembro de um momento mais adequado para tal nobre objetivo. O Fórum da Liberdade deste ano comprova isso. Vamos em frente, pois já dá para sentir os ventos da mudança por toda parte!
Rodrigo Constantino
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