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Por Bernardo Santoro, publicado pelo Instituto Liberal

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Uma reforma da previdência é necessária? Claro que sim. Principalmente no RPPS, do setor público, que gera 80% do déficit previdenciário.

No entanto, os principais atingidos são novamente os trabalhadores do setor privado, no qual eu me incluo, que correspondem a apenas 20% do déficit. Outra vez a corda estoura no lado mais fraco e politicamente desorganizado.

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Uma reforma que exige de um trabalhador, para obter 100% do salário pelo qual contribuiu, a obrigação de trabalhar por 49 anos, é uma piada sem graça.

Até porque a maioria das pessoas que hoje estão no mercado de trabalho não tinha ideia de que, para ter a aposentadoria integral, teria de começar a trabalhar com 16 anos.

No meu caso, o Governo está me condenando a não ter aposentadoria integral, por mais que eu queira pelo menos tentar. É um jogo em que qualquer um que começou a recolher com 25 anos sabe que vai perder, pois é muito raro ver alguém trabalhando até 75 anos. Isso numa regra mudada no meio do jogo.

Vamos ser sinceros aqui: ninguém mais vai se aposentar dignamente no Brasil. A contribuição previdenciária virou apenas mais um imposto sem destinação específica.

E se esse é o caso, prefiro que não me tomem esse dinheiro e que eu saia do sistema previdenciário. Tudo que peço é que me deem a chance de usar esse dinheiro que hoje me é roubado para tentar montar uma poupança para minha velhice.

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Será pedir muito?

Comentário do blog: Bernardo está certíssimo, claro. Enquanto o modelo previdenciário for esse coletivo e socialista, vamos ter mais e mais injustiças, pois ele se assemelha a um esquema fraudulento de pirâmide Ponzi. A única saída eficiente e justa seria a privatização da Previdência, ou, dito de forma mais sutil, a adoção de contas individuais de capitalização. Cada um recebe de acordo com aquilo que efetivamente poupou. E somente em casos extremos pode haver subsídio do estado, ou seja, a maioria ajudando uma minoria carente. Isso não tem absolutamente nada a ver com o modelo atual, que conta com pencas de privilegiados do setor público, ou seja, pessoas que ganham mais do que a média nacional, e ainda se aposentam com inúmeras regalias. O que temos hoje é pura espoliação disfarçada de “aposentadoria coletiva”.