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Vice-presidente do Parlamento Europeu diz que UE deve intervir na Venezuela, mas não no Brasil

Falando em Lisboa, à margem da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-americana, o vice-presidente do Parlamento Europeu disse que o que se está a passar no Brasil cabe aos brasileiros resolver. Já em relação ao que se passa na Venezuela, a UE deve intervir porque é matéria de violação dos direitos humanos.

O vice-presidente do Parlamento Europeu responsável pela América Latina, o italiano António Tajani, considerou esta terça-feira, 17 de Maio, que a Venezuela representa “um problema de Direitos Humanos” que a União Europeia deve abordar. Já no Brasil, “há um problema de corrupção, mas não é nosso trabalho [solucioná-lo], isso é trabalho para o Brasil”.

“Na Venezuela falta democracia. Não se pode fazer oposição a partir da prisão. Nem se pode ser empresário a partir da prisão. O respeito pelos Direitos Humanos para nós é uma prioridade”, considerou à agência Lusa o europarlamentar, que também foi vice-presidente da Comissão Europeia.

Tajani, que falava à Lusa à margem da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-americana, que decorre no parlamento português, criticou as opções políticas do presidente venezuelano Nicolas Maduro, especialmente o encarceramento de elementos da oposição e empresários contrários ao regime bolivariano.

“Ganhe quem ganhar, são os venezuelanos que decidem quem ganha. Mas não se pode reagir como fez o presidente Maduro, a mandar toda a gente para a prisão. Estão a enviar para a prisão presidentes de Câmara e empresários porque não estão a favor do presidente Maduro”, realçou.

O presidente da Câmara de Caracas e opositor do regime, Antonio Ledezma, está detido há mais de um ano na Venezuela. Também o opositor do regime de Maduro Leopoldo López se encontra detido.

Antonio Tajani classificou a situação na Venezuela como “preocupante” e considerou que a União Europeia tem de fazer todos os esforços para contribuir para uma solução para a crise política naquele país.

“Defender os Direitos Humanos é um trabalho da UE não só no seu interior, mas também fora. É isso que está nos Tratados. Na Venezuela há que defender os Direitos Humanos”, sublinhou.

Sobre a situação política no Brasil, Tajani fez questão de a distinguir do caso venezuelano.

“O Brasil é outra situação de instabilidade. Há um problema de corrupção, mas não é nosso trabalho [solucioná-la], isso é trabalho para o Brasil. Para nós é importante a estabilidade de um país tão importante, mas no Brasil há uma guerra política, não há um problema de Direitos Humanos [como na Venezuela]”, disse.

Comento: Não há uma “guerra política” em curso no Brasil, e sim uma guerra do sistema democrático, do Estado de Direito, da Justiça, contra uma quadrilha golpista disfarçada de partido político. Tirando isso, o comentário do vice-presidente está correto. O caso da Venezuela é um, o do Brasil é outro, completamente diferente. E o simples fato de o tirano venezuelano falar que há um golpe em curso no Brasil atesta isso: o golpe vem do lado bolivariano, que desrespeita a democracia e a constituição.

A Venezuela dificilmente sairá dessa situação calamitosa sem uma guerra civil. Diante do caos, Maduro intensificou seus poderes de ditador, adotando estado de exceção e perseguindo ainda mais seus opositores. Talvez só uma intervenção internacional mais ativa possa mesmo evitar o pior. Já no Brasil conseguimos nos livrar do PT bolivariano sem maiores soluços institucionais, exatamente para impedir que chegássemos àquela situação da Venezuela.

No Brasil, as entidades internacionais devem ficar de fora, afastadas, respeitando o direito de autodeterminação dos povos. Na Venezuela chavista não há mais espaço para isso. Os povos já foram totalmente subjugados por uma máfia criminosa com discurso socialista, mas que usa a força e o arbítrio para manter a população como refém. Os venezuelanos precisam da ajuda de fora; nós brasileiros precisamos continuar com os trabalhos internos de proteger nosso sistema democrático das garras petistas.

Rodrigo Constantino

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