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Por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal

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Os livros texto de economia são unânimes em afirmar que migração é bom para o crescimento econômico. Tecnicalidades deixadas de lado, o fato é que uma política de liberdade total para migração é equivalente a uma abertura econômica completa e unilateral. Em outras palavras, os manuais de economia são contrários a restrições impostas ao fluxo migratório internacional. Claro que isso não quer dizer que todos ganham com a entrada de estrangeiros, certamente alguns grupos ou regiões tem perdas, mas quer dizer apenas que os ganhos que a migração traz para a sociedade como um todo compensam as perdas localizadas.

O exemplo mais óbvio de uma política migratória bem sucedida são os Estados Unidos – e sua política migratória extremamente benevolente dos séculos XVIII, XIX, e boa parte do século XX. É inegável que boa parte da riqueza, e do desenvolvimento econômico americano, foi gerada por migrantes de outras nacionalidades que encontraram nos Estados Unidos um ambiente favorável e aberto a migração.

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Um exemplo menos conhecido é o caso do Líbano. Poucos sabem, mas o Líbano era um dos países mais prósperos do Oriente Médio até o começo da década de 1970. A prosperidade lá era tal que o Líbano era chamado de “Suíça do Oriente”, e sua capital Beirute era conhecida por ser a “Paris do Oriente Médio”. A guerra civil no Líbano (1975-90) acabou com toda essa prosperidade. A guerra começou por causa dos conflitos entre cristãos e muçulmanos. A criação de acampamentos palestinos no sul do Líbano em 1970, com o consequente aumento da imigração palestina, fortaleceu a posição muçulmana, e o Líbano deixou de ser um país majoritariamente cristão. A política migratória do Líbano, que facilitou a entrada massiva de muçulmanos, é comumente apontada como a causa da guerra civil que levou a ruína desse país.

Qual será então a grande diferença entre EUA e Líbano? Ambos tiveram uma política favorável a migração. Mas enquanto os EUA se beneficiaram da migração, o Líbano foi destruído por uma guerra civil gerada pelo influxo de migrantes. Em minha modesta opinião, o problema todo refere-se ao migrante aceitar ou não se submeter as regras e a cultura do país para onde migra.

Talvez o fluxo de migrantes atuais, muitos refugiados de zonas de conflito, sejam em sua maioria pessoas que tem dificuldade de interagir com uma cultura onde a mulher é tratada em pé de igualdade com o homem, se isso for verdade é necessário limitar tal tipo de migração. Todo migrante deve entender seis regras básicas do mundo ocidental: a) a mulher não é submissa ao homem; b) a homossexualidade não é punida e nem discriminada pela lei; c) uma mulher que usa maquiagem, mostra o rosto, ou usa saia não é uma prostituta; d) é o migrante que deve se adequar ao país, e não o contrário; e) a lei que vigora é a Constituição; e f) existe uma clara separação entre os poderes executivo, legislativo e judiciário (a autoridade religiosa não é um poder e nem tem força de lei). Se temos dúvidas que os migrantes serão capazes de respeitar esses seis postulados básicos, então o bom senso recomenda restringir a migração.

Comentário do blog: corroborando o argumento do autor, parece-me natural que para responder se a imigração é boa ou ruim, tudo depende da questão: qual imigrante? Achar que é bom abrir geral as fronteiras, transformando uma nação em “casa da mãe Joana”, é coisa de gente muito ingênua e alienada. Também não devemos levar em conta somente o aspecto econômico, pois nem só de pão vive o homem. O aspecto cultural é fundamental. E também o mecanismo de incentivos, ou seja, o que tem atraído o imigrante, se é oportunidade de trabalho ou esmolas estatais. Enfim, várias questões precisam entrar na equação antes de sair respondendo sim ou não à imigração, e claro que algum grau razoável de controle e filtro todo país terá que adotar, especialmente aqueles desejados por bilhões de pessoas. Acabei de ler Adios, America!, de Ann Coulter, e vem aí uma baita resenha, até porque são muitos dados desconhecidos por aqueles que logo endossam a retórica sensacionalista papal de que “precisamos construir pontes, não muros”. Mesmo?