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Você prefere roleta russa ou tiro certeiro na nuca?
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O melhor argumento para defender Donald Trump chama-se Hillary Clinton. Bate num espantalho todo aquele que aponta para os defeitos de Trump para ridicularizar quem o apoia. Sim, os liberais clássicos e os conservadores de boa estirpe sabem muito bem que o homem é egocêntrico, narcisista, bufão, adota retórica simplista e perigosa, parece defender o mercantilismo e endossa um nacionalismo tacanho. Please, tell me something new!

Ninguém sério defende Trump por suas supostas qualidades. O que muitos fazem é tampar o nariz e defendê-lo pelo simples motivo de reconhecer uma ameaça ainda maior em sua oponente, aquela radical esquerdista e mitomaníaca que é pintada pela imprensa em geral como moderada e sensata. O que, aliás, diz toneladas sobre o avanço do esquerdismo no país dos “pais fundadores”, e como essa revolução foi silenciosa: mesmo uma seguidora de Saul Alinsky, aquele que escreveu um manual de radicalismo dedicado a Lúcifer, passou a ser vista como equilibrada e de centro.

Leandro Ruschel resumiu bem a coisa, usando como exemplo a reação ao discurso do pai de um soldado muçulmano durante a convenção democrata, que sensibilizou inclusive alguns “do lado de cá”:

Com é fácil manipular a opinião pública. As pessoas simplesmente não pensam e agem emocionalmente. A esquerda de modo geral é imbatível em manipulação. E agora estão juntos com a Irmandade Muçulmana na luta para destruir a Civilização Ocidental, utilizando de maneira habilidosa a imprensa.

O último jogo de cena foi levar ao palco da Convenção Democrata o pai de um soldado americano muçulmano morto em combate. Ele fez um duro ataque a Trump, com uma Constituição Americana na mão, dizendo que se Trump fosse presidente, eles talvez não poderiam entrar no país e o filho dele não poderia ter servido no exército e defendido os EUA. Além disso, acusou Trump de nunca ter sacrificado nada pelo seu país e de não defender os valores constitucionais. Todos os argumentos apresentados são furados, mas causam impacto nas pessoas menos inteligentes.

Em primeiro lugar, o fato de existir UM ou VÁRIOS muçulmanos que são exemplos de caráter e cidadania de maneira alguma prova que o islamismo é bom. Na história da Segunda Guerra tivemos vários exemplos de nazistas de bom coração que ajudaram judeus a escapar da morte. Isso não prova que o nazismo é uma boa ideologia.

Em segundo lugar, muitos juristas americanos dizem que a Constituição não impede a discriminação com base religiosa no que diz respeito à imigração. Até porque o Islã não é bem uma religião, mas um sistema político. Qual o país deveria aceitar a entrada de estrangeiros que tem como objetivo derrubar o governo desse país e instituir no lugar dele uma teocracia obscurantista?

Em terceiro lugar, é necessário que um candidato tenha feito um sacrifício pelo país para virar presidente? Qual sacrifício que a Hillary Clinton fez? Ter ficado casada com Bill mesmo depois de ter sido traída em pleno Salão Oval?

O que importa é ser a pessoa mais qualificada para o cargo, ou a menos ruim…

Hillary já deixou claro que irá receber milhares de “refugiados” muçulmanos nos EUA em caso de vitória. Mais: disse reiteradas vezes que o problema não é o Islã, mas os radicais islâmicos. Repete sistematicamente a mesma mentira que Obama: “O islamismo é a religião da paz”.

Realmente essa abordagem está funcionando muito bem na Europa, com vários atentados bárbaros por semana, fora os menores que acontecem milhares de vezes todos os dias e nem são noticiados, como a assédio sistemático às mulheres que virou rotina no continente.

O que é mais importante: defender a honra de um bom muçulmano que deu a vida ao país e manter o discurso bonitinho de “religião da paz” e de multiculturalismo ou impedir a tragédia de milhares de potenciais terroristas muçulmanos trazidos voluntariamente aos EUA para matar os infiéis?

Thomas Sowell, que vem batendo pesado em Trump e com razão, reconheceu que essa eleição apresenta opções terríveis aos americanos, e fez uma boa analogia: votar no egomaníaco Trump é como brincar de roleta russa com o futuro do país, enquanto votar em alguém com o histórico de Hillary Clinton é como colocar uma arma apontada para a cabeça e apertar o gatilho. Ficar em casa e não votar é desistir. O leitor é livre para escolher, mas prefiro a roleta russa, que ao menos nos dá a possibilidade de sobreviver.

Trump é um risco sim, sem dúvida. Mas sempre haverá a chance de seu lado bufão ser mitigado pelo peso da caneta, ainda que, como diz Sowell, seja improvável alguém que não amadureceu em 70 anos fazê-lo em 4. Mas Hillary é um tiro certo na direção errada. Como Dennis Prager disse, será que a turma do #NeverTrump ouviu seu discurso assustador durante a convenção?

Clinton defende tudo aquilo que os EUA não são, ou não eram, quando representavam o farol da liberdade individual no mundo. Assim como Obama, que queria mudar “fundamentalmente” a América, Hillary quer mudar o país em sua essência, quer o estado, não os indivíduos, cuidando dos que necessitam de mais ajuda, adota retórica contra o lucro das empresas (apesar de ser a candidata dos banqueiros de Wall Street), abusa do populismo e da “revolução das vítimas”, incitando as “minorias” de forma demagógica etc.

Bernie Sanders, que contou com o apoio dos mais jovens do Partido Democrata e deu um calor em Hillary nas primárias, quer nada menos do que uma “revolução” no país, e uma com viés socialista. Ele sabia que teria poucas chances de vitória, mas estava mais interessado em iniciar um “movimento” dentro do partido. E conseguiu! Forçou Hillary, que já era uma radical, a migrar ainda mais para a esquerda. Foi-se o tempo em que o Partido Democrata era representado por um JFK da vida…

Metade dos jovens americanos hoje, segundo pesquisas, mostra-se simpática ao socialismo. Houve uma revolução silenciosa, como podemos notar nas universidades, as mesmas que agora chegam a vetar conservadores, como aconteceu com Ben Shapiro, sob o pretexto de segurança. Terroristas, comunistas, antissemitas declarados, todos esses podem discursar. Mas um jovem conservador como Shapiro é barrado. E alguns acham que nada demais aconteceu no país!

Mais 4 anos de esquerdismo e teremos saudades de Trump em 2020. Eis o que muitos parecem não entender: Trump, Brexit, Bolsonaro e Le Pen são fenômenos parecidos, uma reação ao esquerdismo, ao multiculturalismo, ao politicamente correto, ao “crony capitalism”, aos vícios do “sistema” e do establishment dominado por uma elite que perdeu o elo com os anseios populares.

Tudo isso sob uma imprensa cúmplice dessa elite, na era das redes sociais, que oferecem uma alternativa, uma válvula de escape. Quanto mais Obama, mais provável será o povão, desesperado e revoltado, votar num Trump ou coisa muito pior. Um é resultado do outro. Quer Le Pen no poder na Europa? Então vote num Hollande da vida…

Portanto, aqueles que têm consciência disso tudo escolhem Trump. Não por gostar dele. Não por achar que era o melhor nome do Partido Republicano. E sim porque a alternativa parece ainda pior. Porque a esquerda precisa ser derrotada, e sua revolução “silenciosa” interrompida. Ainda mais quando sabemos que o próximo presidente poderá escolher vários nomes para a Suprema Corte, o que poderá torná-la completamente “progressista” caso seja Hillary no comando.

O objetivo maior é barrar a “mudança fundamental” na América, terra da liberdade e lar dos bravos, inspirada em seus “pais fundadores” com viés liberal-conservador. Trump é somente o instrumento disponível para tanto.

Rodrigo Constantino

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