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Wikipedia disponibiliza 28 mil imagens antigas da região que hoje é Israel: judeus “invasores”?

A Wikipedia disponibilizou 28 mil imagens do início do século XX de locais e de famílias judias que viviam na região onde hoje é o Estado de Israel. “Essas fotos, que contam a história das pessoas que viveram nessa região entre os anos de 1900 a 1946, são acessíveis para pesquisa, estudo e uso pelo público israelense e pelo mundo”, explicou.

As fotos e imagens expostas são de livre acesso e uso, uma vez que, sob a legislação israelense, os direitos autorais de imagens expiram após 50 anos. “É de grande importância para o público a divulgação desse conteúdo. Esperamos que isso encoraje outras organizações a divulgar seus próprios arquivos”.

E por que exatamente isso é importante? Ora, é simples: muitos alegam que a região “pertence” aos árabes e que a decisão de transformar parte da terra na nação israelense foi totalmente arbitrária e invasiva. Mas o fato é que os judeus já vivem lá faz tempo, e foram comprando, adquirindo suas terras de forma legítima. Em Esquerda Caviar expliquei melhor:

A primeira acusação contra aquele país costuma dizer respeito ao próprio direito de a nação judaica existir. Muitos antissemitas se escondem sob o manto do ataque apenas à Israel, e não aos judeus. Alegam ser antissionistas, não antissemitas. Mas isso é balela. Os judeus vivem naquela região há milênios. Desde 1880 que judeus europeus, em números significativos, deslocaram-se e estabeleceram-se no espaço onde hoje é Israel.

Quem aceita a Austrália como nação legítima não pode questionar a legitimidade da presença judaica onde é Israel. Várias nações surgiram por decisões políticas e diplomáticas, mas Israel parece ser a única julgada como não merecedora do direito de existir.

As terras adquiridas pelos judeus no Oriente Médio não foram fruto de colonização, mas sim compradas, muitas vezes de especuladores árabes que viviam no Líbano. Eram terras pobres, e os compradores eram refugiados de regimes opressores, que procuravam uma nova chance em um lugar onde seus ancestrais viveram e de onde foram expulsos.

A Judéia mudou de nome para Palestina no começo da era pós-Cristo, quando os judeus foram expulsos pelos romanos. Mas a região nunca deixou de contar com numeroso contingente judaico. Muitos viviam pacificamente com os árabes, até que Maomé desferiu atrocidades contra seu novo inimigo, chegando a massacrar homens, mulheres e crianças judias.

[…]

Ainda assim, Tel Aviv foi uma cidade predominantemente judaica desde a sua fundação, em 1909. O argumento de que Israel é colonizador na origem e não tem sequer o direito à existência é injusto e falso. Não se sustenta pelos fatos históricos.

A Palestina sempre foi dividida em várias partes territoriais, sendo que a maior delas era governada, de Damasco, por um paxá. Mas não se pode dizer que os palestinos habitavam uma “nação” palestina antes da criação de Israel. A edição de 1911 da Encyclopaedia Britannica descreveu a população da Palestina como compreendendo grupos “étnicos” muito diferentes, falando não menos que cinquenta línguas. Eram vastas milhas sem habitação alguma, e tribos de beduínos espalhadas pela região.

Nunca houve uma união em forma de nação, criando uma Palestina única. Os judeus ocuparam, legal e pacificamente, uma pequena parcela desse vasto território, transformada em nação, por medidas de segurança, após a Segunda Guerra, quando ficara evidente a inviabilidade de convivência mútua entre judeus e muçulmanos, cujos líderes haviam apoiado abertamente o nazismo de Hitler.

Já na Primeira Guerra os árabes muçulmanos lutaram, em sua maioria, ao lado dos imperialistas otomanos e, mesmo derrotados, ficaram com cerca de 80% do território. O primeiro estado estabelecido na Palestina foi um emirado, chamado Transjordânia, exclusivamente árabe. Havia, porém, clara oposição à formação de um estado judaico, e os líderes árabes começaram a exigir a eliminação de qualquer presença judaica na Palestina. Muitos gritavam que “a religião de Maomé nasceu com a espada”.

Os ocidentais, em especial os britânicos, acreditaram que a centralização do poder nas mãos de um religioso ou político facilitaria o controle da região. Husseini foi escolhido, mas tratava-se de um antissemita virulento, com declarado ódio aos judeus. O líder dos palestinos aproximou-se de Hitler, e insistiu que sua “solução final” chegasse à Palestina, liquidando os judeus do mapa. Em 1929, ocorreu o massacre de Hebron, quando sessenta judeus foram mortos e o restante, expulso da cidade.

Em 1937, a divisão em dois estados foi proposta, e os judeus aceitaram de imediato, enquanto os árabes rejeitaram. Demandavam que a Palestina ficasse sob total controle árabe, e que os judeus fossem transferidos a outro país. Durante o Holocausto, a suástica se tornaria um símbolo bem recebido entre muitos palestinos, e a SS daria tanto apoio financeiro como logístico aos pogroms antissemitas na Palestina.

Em 1944, uma unidade de comando árabe-alemã, sob as ordens de Husseini, foi lançada na Palestina num esforço para envenenar os poços de Tel Aviv. Mesmo estando novamente do lado perdedor da guerra, várias vantagens seriam oferecidas aos palestinos após a queda de Hitler. Mas não era suficiente. Os judeus tinham de sumir dali, e a criação de Israel, para proteção dos judeus, nunca foi aceita.

Israel ocupa algo como 0,5% do território do Oriente Médio, e um trecho sem uma gota de petróleo. Não aceitam nem isso. Há uma charge que resume com perfeição a situação: inúmeras cadeiras do lado esquerdo, com o nome dos países todos (Líbia, Egito, Síria, Jordânia, Iraque, Irã, Arábia Saudita etc.), e um árabe gritando para um isolado judeu, sozinho do lado direito, que estaria sentado em sua cadeira.

Várias nações muçulmanas, lideradas pelo Egito, atacaram Israel, tendo como alvos os civis inocentes. Suas bases militares eram deliberadamente cercadas por escudos civis, para que qualquer reação israelense causasse danos a inocentes, afetando sua imagem frente à opinião pública. Apenas a perfídia impede alguém de notar a diferença moral entre alvejar expressamente civis e atingir acidentalmente civis, defendendo-se.

Em 1967, uma nova guerra contra os judeus teve início, pelas claras iniciativas de Gamal Nasser, que considerava a própria existência de Israel uma “agressão”. Os exércitos árabes estavam aglomerados ao longo da fronteira israelense, prontos a atacar. Os planos de guerra egípcios incluíam o massacre da população civil de Tel Aviv. Israel, no entanto, derrotaria seus inimigos na Guerra dos Seis Dias, com um número de baixas civis árabes menor que em qualquer confronto comparável.

O resultado foi a “ocupação” dos territórios invadidos em 1948 pelos países liderados pelo Egito. A pressão internacional, liderada pela URSS, era para que Israel devolvesse o território todo. Até mesmo o presidente americano esquerdista, Lyndon Johnson, reconheceu que isso seria um convite a novos ataques contra Israel, uma recompensa pela agressão. Mas, até hoje, a esquerda caviar acusa Israel pela “ocupação”, ignorando todo o contexto em que ocorreu.

Em outubro de 1973, o Egito e a Síria desfecharam ataques-surpresa contra Israel no Yom Kippur, o dia mais sagrado do ano judaico. Israel possui armas nucleares desde os anos 1960, mas jamais as usou, mesmo nessa guerra absurda. Ainda assim, acusam de genocida aquele que se defendia de forma moderada dos inimigos fanáticos, cujo único objetivo é “varrer Israel do mapa”.

Israel simplesmente não pode existir. O terrorismo é adotado como prática comum para esse fim: exterminar o povo judeu. Nada, além disso, seria aceito pelos líderes palestinos. A existência do inimigo externo, contudo, serve como escusa ao totalitarismo interno. O falecido Yasser Arafat, ídolo da esquerda caviar, não negou tal objetivo, ao declarar que sua organização terrorista OLP planejava “eliminar o Estado de Israel e estabelecer um Estado puramente palestino”. Mereceu o Nobel da Paz em troca!

Os judeus já vivem no que mais tarde virou sua nação faz tempo, e de forma pacífica e legítima. Mas os fanáticos muçulmanos, com o apoio de boa parte da esquerda radical, inclusive de alguns judeus traidores, simplesmente não aceitam o direito de Israel existir como um país independente naquela região.

As fotos que a Wikipedia disponibilizou mostram o quanto os judeus estavam presentes ali antes de as fronteiras arbitrárias após a Segunda Guerra definirem oficialmente seu território nacional. A nação veio antes em forma de gente, de um povo vivendo num mesmo território. Cai de vez a narrativa que pinta os judeus como “invasores” de seu próprio lar…

Rodrigo Constantino

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