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Yahoo: antes do “não atire”, diga o “eu não minto”

Por Alexandre Borges, publicado pelo Instituto Liberal

Você que presenciou uma das minhas palestras sobre imprensa e ideologia deve se lembrar do caso Michael Brown, um assaltante que foi morto pelo policial branco Darren Wilson em Ferguson, nos EUA, e depois inocentado pela justiça.

A história é de 2014 e ajudou a colocar mais lenha na fogueira do movimento Black Lives Matter criado no ano anterior por conta da morte de Trayvon Martin e da absolvição de George Zimmerman que matou Martin em legítima defesa. A absolvição de Wilson gerou uma grande onda de protestos, saques e quebra-quebras nas ruas de várias cidades e chegando, desde então, aos absurdos crimes ocorridos em Dallas contra policiais no último dia 7.

O BLM assumiu como principal slogan o “Don’t shoot!” porque um amigo de Michael Brown, alguém com várias passagens pela polícia e histórico de uso de drogas, disse que antes de ser alvejado ele teria levantados os braços e suplicado ao policial “não atire!”, sendo depois morto à queima roupa, desarmado e indefeso. Um adolescente de 18 anos sem histórico criminal sendo morto friamente por um policial branco. Revoltante, não?

O problema é que havia no local várias testemunhas e todas desmentiram este único depoimento de forma tão consistente que não sobrou espaço para polêmicas no processo e o caso foi encerrado como legítima defesa do policial. Michael Brown cometeu um assalto numa loja, agrediu o dono da loja, depois bateu no policial (Brown era um brutamontes de 1,93m e 132kg) e acabou morto. Em tempos menos estranhos, o caso estaria encerrado.

Mesmo sabendo que o “Don’t shoot!” foi totalmente inventado pelo amigo de Brown; que é uma mentira; que o fato nunca aconteceu; ou que Brown não foi morto de braços levantados e tentando se render mas tentando surrar o policial, as celebridades, os ativistas de sempre, a imprensa e os políticos mais oportunistas continuam empurrando a narrativa como se o fato realmente tivesse ocorrido. Os violentos protestos que se seguiram praticamente transformaram Ferguson numa cidade fantasma.

Agora acabo de ver que “Don’t shoot!” é nada menos a capa da página do Yahoo! Notícias. A capa de um portal de “notícias”! Vejam bem: todas as narrativas de que os policiais americanos são racistas e matam negros indiscriminadamente já foram desmentidas cabalmente e mesmo assim a falácia não apenas continua como o slogan, mas é usado pelo movimento para remeter-se a um episódio que nunca aconteceu. Uma frase que nunca foi dita. O mundo realmente enlouqueceu?

É por isso que escrevi e vou sempre repetir que a primeira batalha, a mais importante, é pela verdade dos fatos, pela defesa da análise baseada na realidade objetiva e partir de fontes primárias contra as mistificações, exageros, bravatas, factoides e fanfics criados para empurrar agendas ideológicas sem qualquer conexão com a realidade.

A mentira tem várias funções na política. Ela não serve apenas para enfiar agendas goela abaixo da população, seu papel mais importante, insidioso e destruidor é o de minar a confiança do cidadão no próprio bom senso, na sua sanidade mental, no julgamento livre que faz dos fatos, da história e da vida a partir de suas próprias idéias, experiências, informações, capacidade de raciocínio, racionalidade, preceitos e premissas.

No momento em que você não confia mais na sua capacidade de entender o que está acontecendo, no que é verdade e o que não é, do que é certo ou errado, do que é justo ou injusto, você se torna presa fácil para o poder e para seus serviçais nos canais de comunicação de massa. É por isso que a esquerda aparelhou a imprensa, a cultura pop, a academia, as artes e as escolas, além de sempre que pode se inserir em instituições como a igreja e até em partidos políticos supostamente liberais.

Se você não reagir com todo vigor contra cada mentira que tentarem empurrar para você, nada mais importa, você já perdeu.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

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